sexta-feira, 26 de março de 2021

Onde falhamos?


 Texto escrito por Téo Pimenta 

Onde falhamos, esta é uma pergunta que tem acompanhado inúmeras pessoas ligadas ao esporte, que neste período de pandemia, tem se intensificado, em especial, nos últimos tempos com os acontecimentos ocorridas, como: aglomerações, circulação de pessoas nos espaços públicos sem máscaras, a promoção de eventos clandestinos, contata-se que há uma evidente falha na educação. Consequentemente, como o esporte tende a reproduzir a sociedade, logo, vemos pessoas do universo esportivo, ditas, personalidades e celebridades esportivas sem uma aparente responsabilidade social e coletiva.

Neste sentido, observamos situações específicas, casos do Gabigol, Vampeta e Muricy (maiores detalhes neste vídeo) de pessoas ligadas ao universo esportivo brasileiro, contata-se uma há falhas na formação pelo esporte, em especial, quando observamos as justificativas de cunho egoísta nas escolhas e tomadas de decisões destes indivíduos, pessoas tidas como referências não podem jamais basear suas tomadas de decisões no egocentrismo, sobretudo, as que afetam a coletividade.  O esporte e a educação falharam na formação, sobretudo as relacionadas ao respeito das regras, normas e condutas direcionadas ao bem da coletividade. 

Ao refletir a educação e formação pelo esporte, que deveria ser uma ponte para uma transformação social, apontamos a crítica no educação baseada no fazer sem refletir, preocupada em formar meros repetidores, focada no desenvolvimento burocrático de inúmeros procedimentos, estratégias, métodos, conteúdos, organização. A educação que seria ideal, mas talvez utópica, deve-se basear na valorização da individualidade humana, numa pedagogia centrada no aprendiz, na ampliação do entendimento do contexto de ensino, história de vida e social de quem aprende. Acredita-se que sem uma perspectiva mais humanizada, a educação não terá sentido nenhum.

Nossas práticas cotidianos, que no presente momento esta sendo virtual, devem gerar valor, apenas desta maneira, elas terão sentido para quem aprende. Deve-se, constantemente, questionar qual cidadão queremos formar e qual sociedade queremos construir? Abrindo um parênteses, se o trabalho com a iniciação e formação esportiva caminhar no sentindo da valorização humana, irá fazer sentido para o indivíduo que aprende, para o/a profissional que ensina e sobretudo para a sociedade que buscamos construir.

Assim, deve-se pautar as práticas cotidianas numa formação mais humanizada, para a vida, desta forma, será ampliado o viés da formação pelo esporte para além do saber técnico e tático, focando na formação de indivíduos mais criativo, com liberdade, consequentemente, mais felizes. O caminho que temos que percorrer é neste sentido, de uma prática cada vez mais humanizada, em todos os sentidos. Assim, o esporte terá potencial de se constituir como uma ponte para a transformação social de crianças e jovens inseridos no seu universo.

Por fim, conforme nos indicou João Batista Freire (2005):

 

"educar é mais que transmitir conteúdos, é mais que determinar comportamentos restritos; Educar é ensinar a viver".


Téo Pimenta é mestre, professor universitário e diretor do IEVALE. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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quinta-feira, 25 de março de 2021

Esporte e Educação foi o tema do Webnário Ensino do Esporte promovido pelo IEVALE


Nesta quinta-feira (25) iniciamos o Webinário Ensino do Esporte neste primeiro encontro, numa série de quatro, foi abordado o tema Esporte e Educação, visando, o desenvolvimento de uma perspectiva mais humana para a formação pelo esporte, em especial, voltada para a formação do cidadão.

Esta edição do Webnário Ensino do Esporte reuniu professores e professoras de diversas localidades do Brasil, que tiveram a oportunidade de dialogar, debater e discutir os assuntos ligados a temática, assim, foram proporcionados momentos produtivos e uma experiência singular e significativa aos participantes do evento.

Aproveitamos para agradecer as contribuições dos/as participantes do evento, em especial, aos professores Teófilo Pimenta e Igor Moreira pelos apontamentos e pontos pertinentes para as referidas reflexões. E declarar nosso prazer e satisfação em promover um evento desta importância e grandeza, especialmente, para estes profissionais que buscam pelos seus desenvolvimentos. Desta forma, reafirmarmos nosso compromisso com os professores e professoras inseridos/as no ensino do esporte e com a construção de uma comunidade colaborativa.

Por fim, conforme nos indicou Freire (2005) "educar é mais que transmitir conteúdos, é mais que determinar comportamentos restritos, educar é ensinar a viver".

Nosso próximo Webnário Ensino do Esporte será realizado no dia 29/04, a partir das 18h. Também convidamos todos e todas a participarem das lives promovidas, semanalmente, no Instagram do IEVALE, todas as sextas-feiras, a partir das 12h.  

Conheça o E-book Refletir o Ensino do Esporte




Instituto Esporte Vale

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sexta-feira, 19 de março de 2021

A Ideia das Redes de Conhecimento para a Formação de Profissionais no Esporte


Texto escrito por Téo Pimenta

Em tempos de abundância na informação, mas de miséria de conhecimento, as redes de conhecimento podem representar caminhos para o presente e futuro dos professores e professoras nos diferentes níveis e áreas de atuação. As redes sociais são utilizadas, no entanto, sua criação e interesse são para outros fins, desta forma, não são exploraram suas gigantes possibilidades com relação à formação de redes de conhecimento, sejamos críticos, as redes sociais não estão interessados e nem possuem estes objetivos. 

No entanto, as redes de conhecimento devem ser tecidos com criticidade, ampliando suas intenções, visando um maior engajamento e propor um relacionamento mais humano e horizontalizado. Podendo ser mediada pela máquina, mas com o cuidado para não nos desumanizarmos, com sabedoria sobre seus limites e potencialidades. Insistimos, as redes sociais não são voltadas para os fins do conhecimento, suas finalidades são outras. 

A ideia de rede, se constitui como caminhos que devem ser construídos para a formação de professores e professoras, visando contrapor a ideia de cadeia (DESCARTE), níveis verticais, tradicionalmente usadas na educação formal, marca característica que obedece um conhecimento sequencial, partindo do simples até chegar ao complexo, que requer um pré-requisito, este tipo de formação vem sendo abalada, pois a ideia de rede a partir das experiências constitui-se como um caminho na atualidade, exigindo trocas constantes de conhecimento, valorização do processo, que é extremamente complexo. Segundo Manhães (2004, p. 103):  


[...] o conhecimento se dá numa rede onde se entrelaçam prejuízos, intuições, inervações, autocorreções, antecipações, exageros, em poucas palavras, na experiência, que é densa, fundada, mas de modo algum transparente em todos os seus pontos. 


Para Gadotti (2005) o professor na atualidade deixou de ser um selecionador para ser organizador do conhecimento e da aprendizagem. As novas tecnologias de informação criaram novos espaços de conhecimentos. Cabe ressaltar, que a realidade brasileira o acesso a internet ainda é restrito a uma parcela significativa da população. 


[...] A sociedade em rede, ao mesmo tempo que é uma sociedade de múltiplas oportunidades de aprendizagem é também uma sociedade de novas exigências para o currículo, o professor e o aluno. O professor passa a ser menos lecionador e mais gestor da aprendizagem intertranscultural [...] (GADOTTI, 2005, p, 43). 


Seguimos em Gadotti que afirmou que o conhecimento por ser poder, deve-se observar sua função social, seu papel político e social. Assim, o professor na atualidade se tornou um aprendiz permanente. 

Sugere-se como proposta, no sentido de construirmos uma rede de conhecimento para o ensino do esporte, configurada dentro de uma lógica de ação em rede coletiva, solidária e plural, baseada na Pedagogia da Pergunta (PAULO FREIRE).

Deixamos um questionamento, no sentido de fomentar a reflexão, o como são tecidos nossas redes de conhecimento no dia a dia das nossas experiências e práticas cotidianas. 


Téo Pimenta é mestre, professor universitário e diretor do IEVALE. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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sexta-feira, 12 de março de 2021

Metodologias ativas no ensino do esporte


Texto escrito por Téo Pimenta

As metodologias ativas no ensino do esporte constitui-se de um debate novo, mas que já apresenta ou incita algum interesse pelos profissionais deste ramo. As referidas metodologias baseiam-se em um paradigma construtivista, que tem como essência a busca por estimular a participação ativa dos alunos na construção do seu próprio conhecimento e também busca contrapor o modelo tradicional de ensino centrado no professor, em especial na educação física. O ensino do esporte, cabe ressaltar que vem mudando, mas ainda, em especial na prática, se baseia nos métodos e valores do esporte de alto rendimento, devemos tecer críticas da sua aplicação na iniciação esportiva.

As metodologias ativas buscam ter o aluno como um elemento central do processo de ensino e aprendizagem, inserir ideias de que o aluno seja um dos principais responsáveis pelo seu processo de aprendizagem e estimular sua participação ativa na construção do seu próprio conhecimento. 

Há algumas críticas relacionadas as metodologias ativas, não podemos deixar de citar, como: o foco no fazer e não saber, criando uma ideia da prática pela prática, uma outra importante, é que apenas as metodologias ativas, aplicadas de maneira isolada, não garante o aprendizado, especialmente o conceitual. 

Em especial, nas metodologias em questão, há um estimulo e fomento na execução de projetos, assim, gera-se a aplicação de uma das suas principais modalidades, a aprendizagem baseada na resolução dos problemas, desta maneira, entende-se estar contribuindo para o desenvolvimento do pensamento criativo, autonomia e trabalho colaborativo. Com o objetivo de incentivar uma aprendizagem mais autônoma e participativa, trazendo o aluno para o centro do processo de ensino e aprendizado,  motivando-o para a aprendizagem, provocando-o ao protagonismo no processo de ensino e aprendizado. Outras modalidades seriam o ensino híbrido, a sala de aulas invertidas e a aprendizagem por pares. 

Ressalta-se também a utilização da metodologias ativas na avaliação, entendendo que a avaliação é do todo, assim, envolve avaliar o professor, o método empregado, o processo de ensino, os alunos, entre outros aspectos relacionados ao ensino e aprendizagem. Lembre-se que cada indivíduo aprende do seu jeito e no seu tempo, não podemos esquecer deste importante detalhe. Outros questões relevantes que devemos observar são: para qual criança ensinamos, de que contexto e o que ensinamos. 

É importante destacar que deve-se estimular, dentro das metodologias ativas, o princípio do aprender a aprender, promover uma aproximação com a realidade da sociedade e gerar curiosidade, Entende-se que o conhecimento vem com a busca, então, deve-se promover trocas, diálogos por meio de rodas de conversa e trabalhos coletivos, isto seria de fundamental importância dentro do processo de ensino e aprendizado.

Por fim, discute-se na educação física, pela sua natureza prático/corporal, por si só, já estaríamos aplicando metodologias ativas, mas sabe-se que esta afirmação é simplista e baseada no empirismo do cotidiano. No contexto atual devemos refletir sobre os métodos e as ações pedagógicas com periodicidade, buscar os pares para o diálogo e aprimoramento do saber didático-pedagógico. Neste sentido, devemos procurar por métodos que busquem romper com modelos baseados no ensino tradicional e aprofundar-se nos seus conhecimentos, sobretudo, no ensino do esporte. Como panorama atual, no entanto, observamos uma realidade de profissionais que caminham a passos lentos neste sentido.

Téo Pimenta é mestre, professor universitário e diretor do IEVALE. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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