Texto escrito por @teo.pimenta
Debater esporte e infância é imediatamente procurar estabelecer uma conexão com o ensino, assim, o brincar surge na discussão, no entanto, observamos a necessidade de questionar a aplicação de modelos tradicionais, ainda presente no ensino do esporte e que em muita vezes não o levam em consideração no processo de ensino do esporte.
As transformações sociais geraram modificações no brincar das crianças, poderíamos citar inúmeras, mas duas principais para o contexto são as relacionadas ao desenvolvimento tecnológico e a violência urbana, que causaram impactos na rua como um espaço seguro para brincar, caso de muitas cidades brasileiras. Comprometendo as brincadeiras corporais, o desenvolvimento humano e motor, a estimulação de diferentes habilidades motoras, resultados diminuiu drasticamente as vivências corporais e interferiu na aquisição de algumas competências sociais e emocionais. Portanto, deve-se refletir a construção de novas abordagens para ensinar esporte às crianças.
Neste contexto, as escolas formais, em muitos os casos, são as únicas alternativas de espaços seguros para o desenvolvimento das crianças, ainda temos alguns espaços públicos de prática esportiva e os clubes, importante local de fomento do esporte, porém, este último não sendo um espaço para todos.
Metodologicamente as escolas de esporte, independente do seu contexto, devem fazer com que as crianças brinquem de esporte, assim, possibilitando uma formação humana com movimento. Abrimos um parênteses, existe uma visão social, quase que generalizada, que brincar não são meios para se aprender habilidades motoras específicas para o esporte, existem muitos profissionais que ainda pesam desta maneira. Cabe ressaltar que limitar o lúdico e o brincar, especialmente na infância, podem gerar desmotivação e evasão a prática esportiva no futuro.
Observamos que ainda existe um número expressivo de escolas de esportes que carecem de programas bem estruturados, ausência de bases teóricas, métodos sistematizados e organizados, sem estratégias e papéis bem claros, definidas e alinhadas. Dentro desta perspectiva o método não facilita o trabalho do professor e nem a aprendizagem do aluno.
Enfatizamos, especificamente no esporte, a falta de uma metodologia bem estruturada pode ser um aspecto que contribui para o afastamento das práticas esportivas, em especial, as pautadas em modelos tradicionais de ensino.
Desta forma, observar e refletir o contexto dos problemas urbanos atuais podem nos proporcionar boas soluções e contribuições na formação esportiva, consequentemente, no desenvolvimento do esporte. Conforme vimos, são vários aspectos que interverem na formação esportiva e que devem ser repensados, discutidos e questionados. Somos enfáticos ao afirmar, uma boa metodologia pode contribuir significativamente na formação esportiva e no desenvolvimento do esporte.
Sugerimos, caminhar na direção do diálogo aprofundado das questões do esporte e na sequência apresentar contribuições para o profissional que atua com o ensino do esporte, nos seus diferentes contextos, auxiliando-o na construção de boas práticas didático-pedagógicas. Desta maneira, acreditamos contribuir significativamente no desenvolvimento do esporte regional.
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