Texto escrito por @teo.pimenta
Há em nossa sociedade uma cultura imediatista, muita das vezes irracional, que reflete no universo esportivo, que deve ser constantemente questionada, mas é importante salientar, sem se pautar apenas nas discussões do futebol e nem nos debates acalorados produzidos pela mídia que tratam as questões de forma superficiais e simplificadas que não contribui para o nosso crescimento profissional.
Assim, devemos nos formar e aprofundar constantemente nos conhecimentos produzidos pela área, procurar produzir estudos de caso, avaliar a essência dos trabalhos de treinadores(as) de destaque e competentes. Insistimos, esqueçam essas discussões propagadas pelas mídias que pautam no joguei ou não joguei, porque, ao partir deste ponto de vista negligenciamos o debate mais profundo e deixamos de avançar nos aspectos importantes.
O mercado esportivo é desejado, cobiçada e com grande concorrência, portanto, imaginamos que mérito, competência e preparo seriam parâmetros, mas, o ideal está longe do real. Por se tratar de um mercado fechado existem poucas possibilidades de acesso, basta ver a sua capacidade de renovação. De forma simplista, se um mercado tem poucas oportunidades, há uma exigência por profissionais iniciantes altamente capacitados, boa comunicação, com habilidades e competências diferenciadas.
Os mecanismos de avaliação do trabalho de um treinador não poderia ser pautado pelos resultados dentro de campo, mas sim por parâmetros que avaliam a qualidade e competência do profissional.
Este mercado, por razões óbvias, foi construído afirmando o conhecimento prático e negligenciando as reflexões teóricas, mais uma vez ressaltamos, apenas ser jogador não basta para ser um bom treinador esportivo e ser apenas teórico é o mesmo, portanto, partilhamos que a práxis, que trata-se da junção entre teoria e prática seria a fórmula ideal para a formação do treinador, desta forma, a capacidade de refletir as experiências práticas seria o ponto chave para a construção profissional.
Em síntese, não basta apenas ter vivido o universo esportivo, devemos entender, de uma vez por todas, que as demandas de um(a) jogador(a) é diferente das de um(a) treinador(a). Um(a) treinador(a) tem como premissa entender que a sua função envolve a compreensão dos inúmeros aspectos: físicos, técnicos, táticos do jogo, gestão de equipe, planejamento, organização e sistematização dos trabalhos.
Entender as demandas do mercado e aprender a observar suas necessidades para questionar pontos relevantes que requer intervenções pertinentes.
Não devemos nos iludir com a propaganda midiática, devemos ter ciência que toda profissão existe os pontos positivos e negativos. Quem almeja ser um profissional do esporte, deve refletir os seguintes aspectos: quais seriam as possibilidades de acesso a formação, o mercado que quero atuar, nacional e internacional, devo me atualizar constantemente, conhecer a sazionalidade e instabilidade do mercado, por fim, a cultura do resultado e excessiva pressão, em muitos casos, é causa de adoecimento de grande parte dos profissionais.
É importante ressaltar que a instabilidade profissional é parte desta profissão e que é certo que o profissional em seu início de carreira passará por uma forte pressão e se for treinadora esta pressão irá aumentar, muito em razão da barreiras impostas pelo machismo da nossa sociedade.
Com relação a remuneração que em muitos casos é baixa, diferente do propagado por muitos veículos de comunicação, mais uma vez enfatizamos a elite do futebol que não serve de parâmetros dentro de uma realidade de mercado esportivo brasileiro, em específico.
Tenhamos consciência que deverá o profissional do contexto atual seguir em constante processo de formação, trata-se de um pré requisito para todos os profissionais do esporte. Esperamos ter deixado um ponto para avançarmos nas discussões, assim, você treinador experiente ou novato, comente quais seriam os seus desafios neste complexo jogo do mercado esportivo.
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Excelente texto, questões dessa ordem deveriam ser amplamente discutidas, mas transparece que há um sistema que não tem o interesse de colocar a lume certas temáticas, como essa apresentada nesse artigo.
ResponderExcluirObrigado pelas palavras e comentário, nos incentiva. Você denuncia uma verdade, não há muito interesse neste diálogo, em especial, para as pessoas que fazem a gestão no esporte, desta forma, é urgente debatermos esta e outras questões que julgamos ser pertinentes e necessárias. Pois, na verdade, nós somos os grandes interessados. Se tiver alguma sugestão, dúvida ou pergunta pode nos encaminhar que responderemos. Forte abraço.
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