Texto escrito por @teo.pimenta
Nesta discussão trazemos um tema pouco debatido no ensino do esporte, mas que interfere na formação esportiva, que é o papel dos pais, refletindo a relação estabelecida com as crianças no esporte, este é um assunto que deve ser mais discutido pelos profissionais envolvidos no ensino do esporte.
Antes de tudo, as próximas linhas são reflexões das minhas experiências como pai de um adolescente que se desligou do esporte, no entanto, meu filho é um adolescente ativo fisicamente. O Léo iniciou muito cedo no esporte, confesso que cometi alguns deslizes no meio do caminho, talvez o principal foi a cobrança excessiva por resultados positivo, em especial, quando passou a disputar competições esportivas, resumindo, com 13 anos, precocemente, decidiu abandonar o esporte. Respeitei sua decisão e aprender com esta lição. Desde então passei a refletir mais esta questão no universo da iniciação esportiva.
O esporte de alguma forma, sua ideia educacional deveria contribuir com o desenvolvimento humano de todos, mas o que vemos é a reprodução do esporte de alto rendimento, este deve ser um dos aspectos prioritário da questão. Se pensarmos, os benefícios do esporte não poderia ser para apenas um grupo seleto da sociedade, os mais habilidosos, neste sentido, o esporte antes de mais nada, deveria ser promovido para proporcionar momentos de lazer e educação, em especial, as práticas voltadas para a iniciação esportiva. Neste sentido, o esporte deve ser repensado, para que possa gerar possibilidades de contribuição na formação humana, esta ressignificação cabe as instituições de fomento ao esporte e seus profissionais.
Teoricamente o esporte possui diferentes dimensões (alto rendimento/performance, educacional, lazer/participação, entre outras), no entanto, no contexto de formação e iniciação esportiva queremos que os alunos se desenvolvam a partir do esporte performance, limitando o potencial do esporte na construção de valores, como: participação, igualdade, respeito, inclusão e autonomia.
Os pais possuem o papel de incentivar a prática esportiva das crianças, que possuem direitos, como o de brincar, se divertir, participar, jogar, rir e aprender. Devem ser os motivadores e incentivados dos filhos, exclusivamente. Nesta questão relacionada ao papel dos pais, devem ser sempre lembrados que são os modelos para seus filhos, assim, não podem esquecer deste importante detalhe, desta forma, devem respeitar as regras do jogos, professores e autoridades, torcer, incentivar seus filhos, cumprir com a palavra (se disse que irá levar seu filho para jogar num determinado clube, mantenha-a), evitar proferir julgamentos precipitados e principalmente infundados aos professores, lembrem-se eles que são os especialistas e evitar tecer críticas no calor da emoção.
Devemos apresentar possibilidade de discutir o papel dos pais no processo de formação esportiva e muita aspectos deve ser repensados urgentemente. Esta discussão deve envolver as instituições, clubes, escolas, professores/treinadores, psicólogos que converta-se em proposta de formação e aprendizado para os pais, a partir das observações e vivências individuais e coletivas, sabemos que numa competição por exemplo há todo uma dinâmica que envolvem questões relacionadas a ao desempenho do indivíduo, no entanto, desempenho não deveria ser o ponto central, mas sim o empenho, neste sentido, a configuração do olhar muda de foco.
Pais, lembrem-se, nos momentos de fortes emoções, normalmente nos dias dos jogos e competições, esqueça seus problemas, esfrie a cabeça e reflita antes de tomar uma decisão que possa se arrepende-se e lembre-se tanto seu filho quanto o professor estão se empenhando e buscando realizar o melhor possível, saiba-se que todos possuímos limitações e que não é possível ganhar todos as partidas, até a seleção brasileira e o Barcelona perde jogos e as vezes de goleada.
Ao longo das competições assistimos ou protagonizamos maus exemplos para as crianças, sabemos que nos jogos muitos pais se exaltam, se inflamam, cometem deslizes, isto passa despercebido por conta do nosso envolvimento no jogo, somos parte do jogo, mas na verdade, devemos ser o ponto de equilíbrio dos nossos filhos. Devemos entendermos que estes momentos são importantes para o processo de amadurecimento dos seus filhos.
Temos que trabalhar todas essas questões como um processo de aprendizado tanto para os pais quanto para os filhos e que a prioridade deve ser o desenvolvimento de forma saudável. O esporte tem um potencial enorme no processo de formação humana, mas para isso ocorrer deve se refletir constantemente e o esclarece o papel dos envolvidos no processo.
Assim, os pais devem ter momentos formativos, devemos prepará-los para os jogos e competições, devem receber orientações sobre sua conduta nestes momentos, ir para os jogos e competições com a cabeça tranquila e entender que tudo é parte de um processo, um caminho para o seu filho se desenvolver e avançar nas etapas, não podemos deixar de mencionar, que o esporte de alto rendimento é seletivo e uma pequena parcela da sociedade terá a oportunidade de se tornar um esportista profissional, no entanto, acreditamos que o esporte deve ser para todos, mas para isso ocorrer deve ser transformado e ressignificado, apenas desta forma, o esporte pode gerar os benefícios no desenvolvimento das crianças.
Por fim, organize e sistematize diálogos constantes com os pais no ensino do esporte, em especial, nos momentos que antecedem os jogos e competições.
O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte.
Acreditamos no poder transformador do esporte.
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