quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Meninos e meninas podem praticar esporte juntos?

 



Texto escrito por Gabriel Silva

Na atualidade, a única modalidade esportiva capaz de unir o sexo masculino e feminino num único esporte é o hipismo. Sem restrição de categorias e regras o hipismo também considerado esporte olímpico atende os dois gêneros sem desigualdade ou desvantagens para alguns dos lados.

Já em praticamente todas as outras modalidades há a separação entre meninos e meninas, homens e mulheres, e a proposta é refletir quais as possibilidades de haver a agregação entre os dois gêneros sem que haja vantagem ou desvantagem para algum dos lados e quais as estratégias para o profissional de Educação Física e da educação aderir para melhor conciliar este aspecto.

Pela ótica da fisiologia, o sexo masculino possui maior aptidão física em relação ao feminino. Por consequência a divisão das categorias são justas e indiscutíveis.

Entretanto, a junção é totalmente possível desde que o profissional respeite as questões a seguir: pensando principalmente em esportes de invasão ambos os sexos podem atuar juntos até a puberdade, pela literatura esta idade pode variar entre oito e 13 anos. A partir deste período os corpos começam adquirir proporções diferentes de modo que inicia o diferencial masculino, no aspecto físico.

Mas e dentro da escola e dentro de projetos sociais da qual tem como princípio a inclusão, desta forma, julga-se ser importante a interação entre os alunos? Como trabalhar isso?

O esporte quando chega ao contexto escolar e em projetos sociais deve entrar com uma configuração diferente em relação a clubes e formações de atletas. Neste sentido Altmann (2011), diz que o esporte pode ser apresentado enquanto lazer, saúde, prazer e sociabilidade.

O profissional da educação física se encontra como um dos principais intermediadores desta questão entre gênero e esporte. São a partir de atividades em conjunto de ambos os sexos que poderá iniciar uma ressignificação destes valores que o esporte agrega e consequentemente esplandecer a importância da relação entre meninos e meninas numa mesma atividade, seja um esporte, jogo ou brincadeira.

A uma questão cultural importante neste questão, embora, em determinadas atividades julga-se que os meninos irão apresentar maior habilidade ou maior capacidade física com relação as meninas, no nosso entendimento bastas estimular ambos da mesma forma que não haverá a ideia que o menino é melhor que a menina, vice e versa. Trabalhamos para que o esporte seja seja uma ponte para a promoção da igualdade, assim, uma prática esportiva saudável, de modo que todos possam participar de maneira igual. Jogando o mesmo tempo, aprendendo os mesmos conteúdos, ou seja, tendo as mesmas oportunidades. Participando com a mesma frequência e sentindo o gosto da vitória e da derrota na mesma proporção.

Gabriel Silva é licenciado em educação física e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP.

9 comentários:

  1. Ótimo texto, reflexivo e idealizador!

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    1. Obrigado pela observação, a proposta é sempre esta msm: provocar a reflexão.

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  2. Colocando uma pimenta neste angu: E os transgêneros? Era mulher e agora é homem ou vice-versa, vai atuar de que maneira? O corpo muda mas não tão significativamente, é super polêmico mas nossa sociedade nestes tempos atuais tem que trazer para o debate como lidaremos nestes casos. Parabéns Gabriel, muito boa sua reflexão. Abraço.

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    1. Concordamos com vc prof. Beto, é um tema muito complexo e que merece um debate mais amplo, para além da educação física. Obrigado pela leitura e sugestão de debate.

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    2. Prof, Beto, primeiro obrigado pelos apontamentos. Vale sim pesquisas sobre esta questão. Porém, quando utilizamos o esporte enquanto ponte social o conceito é o msm do citado no texto. Promover as mesmas oportunidades independente do sexo. Um abraço!

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