Texto escrito por Téo Pimenta
O esporte foi um dos grandes fenômenos sócio-culturais do século passado, é importante ressaltar seu significado e relevância nas sociedades, em especial como ferramenta educacional, seu potencial para educação foi destacado em diferentes momentos sociais.
No período do pós guerra observou-se uma crescente valorização social do esporte, na educação física escolar passou-se a questionar a rigidez do método médico-militar, assim, se intensificaram as discussões entre professores, emergiu investigações sobre o desenvolvimento das crianças e jovens, como consequência, tais métodos passaram a perder força e receber críticas com relação ao seu formalismo e a rigidez.
Nos anos 50 a educação física escolar começou a se identificar com o esporte, o conteúdo principal da educação física passou a ser o esporte. Substitui o método de inspiração médico-militar pelo método desportivo generalizado, método que buscou na sua base dar ênfase na iniciação esportiva dos alunos, desta forma, “a prática pedagógica privilegiava a aquisição de habilidades e capacidades físicas e de valores associados ao esporte” (KOLYNIAK FILHO, 2008, p. 56).
O pós-guerra e 0 governo militar ficaram marcados como os períodos de continuidade da valorização do esporte como conteúdo educacional nas aulas de educação física, a ênfase era melhorar a aptidão física da população, aumentar a participação estudantil e popular nos eventos esportivos e o aprimorar as técnicas desportivas. Neste período, em consequência da exacerbação do esporte, surgiu a especialização precoce dos alunos em um esporte específico, surgiram as turmas de treinamento nas escolas, tanto públicas quanto privadas, exacerbou o desenvolvimento da técnica esportiva. Negativamente o esporte foi usado como estratégia de controle das massas por meio da educação física escolar, a preparação corporal e o adestramento individual via prática esportiva afastava os jovens das questões políticas que emergiram na época. Para Neira (2007, p. 2):
[...] a partir do final dos anos 1970 e início dos anos 1980, diversos questionamentos proporcionaram novas atribuições para a área. O surgimento das ciências do esporte possibilitou algumas críticas as aulas esportivas, pela falta de conhecimento científico por parte dos profissionais da área, para fundamentar sua prática pedagógica. [...].
Assim, na década de 90, com o acumulo do conhecimento cientifico converteu-se na implantação e implementação de leis e parâmetros importantes, casos da LDB em 1996 e PCN em 1997, houveram uma organização e diversificação dos conteúdos ensinados na educação física, rompimento das práticas autoritárias e elitistas, reflexo de uma educação tradicional.
É relevante destacar que o caminho que a educação física escolar é no sentido de estimular práticas pedagógicas que rompam com o exclusivismo dos esporte, observados em outros momentos históricos. A educação física tem como objetivo desenvolver forma igualitária todos os seus conteúdos, inclusive o esporte.
Com a implantação recente da BNCC (2018), acredita-se que haverá mais diversificação dos conteúdos e métodos, possibilitando uma maior participação e abrangência dos alunos no ensino do esporte, independente do contexto e ambiente de aprendizagem, vale ressaltar, que esta perspectiva gerou um impacto positivo no ensino do esporte, que passou a incluir o conceito e a ideia de diversificação em suas práticas pedagógicas.
Assim, concordamos com Greco (2007, p. 36) quando afirmou não ser “favorável à adoção de um único método de ensino-aprendizagem-treinamento, seja este qual for, analítico, global, etc”.
Cabe ressaltar que a busca por melhores métodos e técnicas de ensino do esporte é constante, fruto das tendências educacionais, assim, devemos estimular constantes debates e discussões no esporte e educação. Por fim, acredita-se que esse movimento irá reverter em práticas pedagógicas mais humanizadas, que irão visar o desenvolvimento das potencialidades de todos os alunos, esta é a nossa real intenção e grande o desafio do profissional que ensina o esporte.
Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE.
O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte.
Acreditamos no poder transformador do esporte
Você que compartilha dessa ideia, siga o IEVALE nas redes sociais, compartilhe nossos conteúdos e contribua para juntos avançamos no diálogo sobre o esporte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário