quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Os aplicativos substituirão os professores?


 

Texto escrito por Gabriel Silva

No processo de ensino-aprendizagem, atualmente temos basicamente duas formas de estimular o conhecimento. Podemos separar em pensamento dialético e anti-dialético. 

No dialético, aparentemente, mais simples e de fácil manejo, no entanto, não menos importante quando se comparado ao uso da tecnologia. O dialético se desenvolve por estímulos, símbolos da língua, leitura, escrita, no caso esportivo, o gesto e o movimento são linguagens. Assim, no contexto da educação esportiva pode acarretar em aspectos negativos, uma vez que a reação dos alunos se torna instintiva, lógica, o famoso “bateu levou”, neste sentido, recomenda-se evitar críticas e comentários no calor das emoções.

A ideia central e o projeto educacional é estar contribuindo para a construção de alunos pensantes, resilientes, que reage não por instinto, mas por discernimento e sabedoria.

Pensadores do quilate de Kant, Freud e Piaget ressaltaram que o papel do professor não é promover repetidores de informações, mas sim, seres pensantes que busquem constantemente melhores estratégias para determinadas atividades, além de entender a razão de tudo aquilo que o faz.

É comum em ambientes do esporte bem como nas aulas de Educação Física, centro de treinamentos ou até em contextos universitários, ocorrer atividades da qual o professor explicou e aplicou determinado conteúdo sem promover uma visão crítica do aluno. A inibição da autonomia do aluno pode gerar limitação em seu desenvolvimento, pois estará desenvolvendo um repetidor de informação.

Augusto Cury (2020) afirmou que o professor que se restringir a formar máquinas e não seres humanos, formar doutrinadores e não seres pensantes estarão tendo a mesma finalidade que o uso de um aplicativo. Sendo assim, é fundamental que o profissional se auto-avalie com freqüência para que suas ações não sejam baseadas em passo a passo, mas sim adaptadas ao seu ambiente e seu público. 

Na atualidade, está cada vez mais frequente o uso de aplicativos nas práticas esportivas por crianças, jovens, adultos e até idosos, assim, muitos que praticam atividades físicas de um modo geral. É um suporte que auxilia no controle do desempenho. Em contra partida, este mesmo aplicativo não é possível medir o nível das capacidades físicas do aluno, além de não considerar o nível de alimentação do praticante, limitações físicas e até o estado emocional, ou seja, há inúmeras limitação. 

Portanto, apesar da tecnologia se apresentar como uma grande aliada dos professores, recomendamos que deve ser muito bem administrada e refletida o seu uso no cotidiano, pois o aplicativo não lhe dá o poder da crítica, nem tão pouco espaço para expressar a autonomia. O professor neste aspecto é insubstituível, neste caso, só o professor possui a sensibilidade e entendimento as expressões humanas, coisa que o aplicativo é incapaz de fazer. Por fim, para o aluno com algum eventual desconforto, seja em qualquer aspecto, podendo ser físico, emocional, ambiental será inútil se queixar com o aplicativo. 


O professor Gabriel Silva é licenciado em educação física e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP.


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

www.ievale.com.br


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