domingo, 29 de novembro de 2020

Ensino Híbrido, será esse o nosso próximo passo? para frente ou para atrás?



Texto escrito por Fabio Mamel 

Desde março de 2020 estamos atravessando uma mudança no modo de ensinar, mudança essa sem aviso, sem anúncio, sem treinamento, sem reflexão, dentre tantos outros “sem” por aí. Em uma semana entraram na nossa casa de maneira virtual, sem pedir licença, sem avisar, simplesmente entraram! Ao entrar na casa de outra pessoa, geralmente nos cumprimentamos, falamos sobre assuntos cotidianos, informais, formais, ou seja, é desenvolvido um diálogo onde ambas as partes participam, contribuem voluntariamente, pois estamos na NOSSA CASA.

A Educação básica, Graduação, Pós-graduação, cursos técnicos, cursos informais, cursos de extensão virou de cabeça para baixo, sem avisar quem mais se importa e se compromete, o PROFESSOR E PROFESSORA. Fomos pegos diante uma pandemia cruel e nos atingiram bem no meio da nossa profissão, foi um tiro certeiro, desses de filmes de terroristas, e assim mesmo baleados, fomos nos arrastando, cambaleando, segurando o sangramento até chegar ao...( vocês pensaram na palavra hospital né?!) nosso quarto, sala, cantinho da casa que ninguém usa, compramos imobiliário, investimos em peças tecnológicas de várias ordens, aumentamos o pacote de internet, e por aí vai. Tudo isso para quê? Para continuarmos com a qualidade de ensino/aprendizagem que tanto desejamos alcançar, ou pelo menos ir ao encontro dela.

Pouquíssimas instituições colaboraram com essa invasão em nossas casas, no sentido de sanar esses anseios e dificuldades momentâneas. Entretanto, a raça humana quando tocada ou sensibilizada com algo maior, onde não podemos intervir a nosso favor, costuma-se organizar-se e ajudar-se, foi assim nos grandes episódios de nossa história, ou seja, se não nos ajudarmos “A VACA VAI PARA BREJO” e na Educação não foi diferente. Professores e professoras, organizaram-se, juntaram-se, e o principal, saímos da inercia e agimos! Sem ação as “ coisas não mudam” nossa ação foi por meio das mídias sociais digitais, tivemos inúmeras lives, cursos, formação de grupos de whatsapp, essa organização para um fim comum: trocarmos experiências, ideias, sugestões, estratégias de ensino, que deram certo ou errado, reflexões, dúvidas, etc...para continuarmos com a tão desejada qualidade de ensino, afinal é a nossa profissão que está em jogo!

Sendo assim, passados quase 9 meses (vai nascer a criança), avançamos um pouco em relação ao nosso novo modo de trabalho, esse avanço se deu por nós, mobilização de professores e professoras engajados e compromissados pela Educação de nossos alunos, aqui a palavra Educação no sentido da relação professor-aluno. Falando em alunos, esses também passaram por um tornado enorme que continua forte, não tem mais sala de aula, não tem mais dúvida presencial física com o professor, não tem mais troca de olhares com seus pares, ideias, sugestões, discussões, bagunça, ou seja, a sala de aula esta na UTI sem previsão de alta. Não me refiro apenas a estudantes da educação básica, e sim a todos e todas as estudantes independentemente da idade. 

Entretanto, não tem um culpado(a), muito menos cabe a mim julgar e condenar, apenas deixar claro o quanto estamos nos esforçando para exercer a nossa profissão. Esse desabafo, em formato de texto, foi sobre o ensino remoto síncrono e assíncrono que estamos aprendendo a lidar. Mal aprendemos (na raça), a lidar com essa mudança brusca, e está surgindo uma nova modalidade de ensino, o ENSINO HÍBRIDO. Chamado de “tendência”, essa modalidade de ensino aparece nos dias de hoje (havia antes, mas não com tanta expressão), devido ao momento que estamos atravessando, como uma rápida solução para minimizar o distanciamento aluno/professor.

Portanto, mal aprendemos a trabalhar com uma modalidade remota e está surgindo fortemente outra modalidade, que também não conhecemos com profundidade metodológica e didaticamente. Ou seja, quem irá desenvolver as metodologias? Didáticas de ensino/aprendizagem? modos de avaliar?  Somente nós! Professores e professoras, como foi no ensino remoto.

Enfim, fica minha pergunta para meus colegas de profissão refletirem: como será nosso comportamento frente ao ENSINO HÍBRIDO?


O professor Fabio Mamel é mestre pela Universidade São Judas Tadeu (USJT), docente no Grupo Cruzeiro do Sul e nos cursos de Pós-graduação de Pedagogia do Esporte (FMU) e Educação Física Escolar (Estácio).


Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

www.ievale.com.br


Acreditamos no poder transformador do esporte


Você que compartilha dessa ideia, siga o IEVALE nas redes sociais, compartilhe nossos conteúdos e contribua para juntos avançamos no diálogo sobre o esporte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário