sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O ensino híbrido e os desafios do professor na atualidade


Texto escrito por Téo Pimenta

O trabalho do professor na atualidade passou por rápidas e profundas transformações, já havia se observando que trabalho do professor, de um modo geral, vinha se modificando, na verdade, todas as áreas e campos de intervenção vem passando por um processo de mudanças que se acentuaram com a pandemia. 

Todos os campos de conhecimento sofreram impactos com a pandemia e tiveram que se reorganizar para realizar e cumprir suas metas de atuação, desta forma, todos tiveram que reaprenderam. Com o professor foi da mesma forma, tivemos que repensar novas estratégias, estabelecer outras metas didático-pedagógicas e utilizar outros recursos para as aulas.

Se formos pensar o cerne da questão o trabalho do professor se modificou porque cada a cada geração de aluno se diferencia, neste sentido, não teria como não ser de outra forma e novas tendências e métodos de ensino vão surgindo e ganhando espaço, assim, propostas que tem o aluno como elemento central do processo de ensino-aprendizagem, há um impacto na constituição das ações e estratégias pedagógicas. 

É fato que o aluno de hoje é diferente, assim, requer a necessidade de se estabelecer novas e diferentes relações, observamos isso a cada geração de novos alunos, assim, um contexto que estimula o desenvolvimento tecnológico o aluno inserido neste universo possui uma tendência de ser mais ligados a estas questões. 

A realidade é que estávamos vivendo um momento de profundas transformações, iniciadas no século passado e intensificadas no momento atual de pandemia, que nos trazem intensa modificações e inúmeras reflexões. 

Imaginem que estão falando em um ensino híbrido na educação física escolar,  há um certo exagero e imediatismo, mas, se seguirmos nesta lógica é possível termos uma educação física a distância na escola. Ninguém imaginava isso num passado recente, não temos a certeza se isso irá acorrer, mas se formos pensar, a partir de análise, chegamos a conclusão de que tudo pode ser possível neste país. 

Temos que questionarmos a forma que está sendo feita a introdução de propostas de ensino híbridos, visando apenas o desenvolvimento do capital em detrimento do humano. 

Este momento de mudanças proporcionou ao professor aprendizado, na educação física, sobretudo no ensino do esporte, demonstrou que é necessário possuir muito conhecimento e uma capacidade ainda maior de gerenciamento das atividades, no entanto, este momento demonstrou que sem o desenvolvimento da autonomia do aluno nada seria possível. Alguém imaginou que transmitiríamos atividades por celular, via aplicativo, aula por videoconferência entre outras possibilidade e plataformas. Alguém poderia imaginar que estaríamos vivendo isso hoje? A cinco anos atrás pensaríamos em mandar um vídeo ao nossa turma de alunos?

Há inúmeros questionamentos, em especial num país desigual como o Brasil, sendo o mais pertinente e pontual no momento, será que todos os alunos brasileiros tem acesso à internet, sabemos que não. Esta realidade por si só é um ponto de dificuldade e que teria que ser solucionado imediatamente para a introdução de um ensino híbrido. 

Com o ensino hibrido o professor aumentou sua demanda de trabalho, as 8 horas diárias tradicionais se transformam em 10 ou 12 horas, trabalha-se final de semana, manhã, noite e até na madrugada. Temos que pensar que como os alunos nem todos os professores possuem acesso a internet e tem equipamentos disponíveis para as aulas. 

Mesmo assim, dentro deste contexto, os professores seguem buscando fazer o seu melhor, se desdobrando para mantém o padrão de ensino, agora dentro de um espaço virtual de trabalho. Levanta-se alguns questionamentos com relação as instituições de ensino, elas estão contribuindo e colaborando para as relações o desenvolvimento do trabalho e para um ambiente saudável? 

E no universo esportivo, nos aspectos relacionados ao ensino-aprendizado-treinamento, como estão se dando estas relações no contexto híbrido?  

Cabe ao professor de esporte administrar e conduzir o trabalho pedagógico, agora por meio de atividades remotas, as metas continuam as mesmas, buscar formar o cidadão num primeiro momento e na sequência contribuir na formação esportiva dos alunos. No entanto, se utilizar das ferramentas virtuais de ensino trata-se de uma tarefa desafiadora que seguramente veio para ficar e somar no processo de ensino-aprendizado-treinamento, no entanto, temos que sermos vigilantes e questionarmos o seus limites dentro do processo, para não cairmos na armadilha de sermos meros reprodutores e aplicadores de novas tecnologias sem as devidas críticas.  


Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

www.ievale.com.br


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