Texto escrito Gabriel Silva
É incerto afirmar que existem pessoas mais inteligentes que outras propriamente ditas. O que ocorre é que alguns desenvolvem melhor ou mais a capacidade de pensar. Cury (2013) relata que todos os grandes pensadores como Kant, Nietzsche usaram o pensamento pronto para produzir ciências políticas e filosofia, mas não se estudou pelo menos sistematicamente, a natureza e o processo de construção de pensamentos. Através dele amamos e odiamos, aplaudimos e vaiamos.
Para construir os pensamentos, se entra em milésimos de segundos na memória e sem usar um mapa encontra os elementos, como movimentos corporais, pronomes, verbos substantivos, que os constituem. Essa incrível façanha é exclusiva deste instrumento. No contexto do ensinamento esportivo, o estímulo a tomadas de decisões é frequente e necessária, uma vez que almeja formar seres altamente autônomos e críticos em suas ações, ao invés de produzir em massa repetidores de informações que apenas segue o que o “comandante” pede. A robotização nas atividades agride ferozmente a construção de pensamentos que pode vir a serem possibilidades e até soluções para problemas antes ainda não resolvidos pelo profissional ou pelo menos que havia ocorrido dificuldades.
Mas como que esse instrumento discutido pode se tornar o eixo condutor no processo ensino-aprendizagem?
A única verdade absoluta no esporte é que não existe uma verdade absoluta. No livro Futsal, as descobertas de Gael o professor Damasco em uma conversa com de seus alunos indaga:
“Por isso o que posso te assegurar Gael, é que seu entendimento deste esporte irá aumentar, mas não com respostas prontas, pois tu não és um robô, tampouco com uma receita pronta, pois não existe, mas, sim com pistas para você capturá-las e aplicá-las na sua própria jornada. Diferente da matemática o futsal não possui respostas exatas e definidas. 2 + 2 será sempre 4. Porém no esporte tudo depende. Tudo é ajustável. Quase tudo irá ter maneiras diferentes a se realizar. Em outras palavras, não acredite muito no que faço, muito menos no que digo, duvide sempre!”
Com esta referência literária, chegamos à reflexão que para o instrumento do pensar ser ativado com mais intensidade é imprescindível a exposição de “pistas” a eles, isto é, apresentar as possibilidades e deixarem com que eles próprios definam por suas decisões a seguir.
Se extrairmos uma das estratégias na abordagem tecnicista é comum se deparar com jogadas “ensaiadas”. Esta é uma medida no ensinamento esportivo que silencia o instrumento aqui mencionado. Já que todas as ações são de antemão definidas e estabelecidas. Isto não é uma crítica a tal metodologia, porem deve ser frequentemente refletido para que o pensamento do aluno esteja sempre em primeiro plano.
A vista disso deixamos aqui tal reflexão de como que o profissional da Educação Física pode fazer com que o instrumento do pensar seja cada vez mais estimulada no ensino do esporte. Contamos com sua contribuição expondo aqui seu ponto de vista em relação a isso.
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