Texto escrito por José Martins Freire Júnior
Existem alguns métodos para o ensino-aprendizagem das técnicas das modalidades propriamente ditas, e para o ensinamento dos fundamentos, com isso, podemos citar alguns métodos de ensino tradicionais, como método parcial, global entre outros.
O método parcial é caracterizado pela utilização de exercícios desvinculados do contexto do jogo no processo de ensino, que consiste em ensinar determinada modalidade esportiva através da repetição dos movimentos e técnicas específicas dos esportes. Nesse método dedica-se a maior parte do tempo ao aprendizado das partes em detrimento da prática do todo (jogo). É interessante lembrar que no contexto histórico da Educação Física o método parcial foi e ainda é muito utilizado, desse modo, o professor se mantém em uma posição de único responsável pela montagem, duração e modificação dos exercícios e, portanto, é apontado como a figura central do processo de ensino (DARIDO; BONFOGO, 1993).
Há uma contínua evolução dos esportes, sendo que a cada dia surgem novas possibilidades e novos métodos para melhor atender o interesse dos alunos. Porém o modelo tecnicista ainda é utilizado na maioria das vezes pelos professores, talvez por acreditarem na alta eficácia desta proposta. No entanto existem novos modelos de ensino dos esportes que não visem somente o gesto técnico (CASTRO; GIGLIO; MONTAGNER, 2008).
O tecnicismo ainda é priorizado por muitos docentes, que não enxergam o processo de educação de forma democrática, pois querer centrar o poder em si, torna-se o ensino tanto quanto autoritário, como já descrito, o discente tem que estar no papel de protagonista de seu aprendizado e não na situação de coadjuvante. A dialética deve ser a priori no processo de ensino-aprendizagem, ou seja, a troca de conhecimento se faz necessária ocorrer entre ambas as partes, professor/aluno, para chegarmos naquilo que Paulo Freire entende como uma educação transformadora e não uma educação bancária, na qual o docente somente deposita o conhecimento ao seu discente.
Outro método importante apontado por Darido e Bonfogo (1993) para o processo de ensino aprendizado dos esportes é o método global, sendo visto como uma maneira de ensinar por meio do todo (jogo), deste modo é possível ter uma maior valorização da construção do conhecimento, sendo que o professor pode ter contribuições e intervenções importantes em relação ao respeito ao adversário, às regras e também propiciar a aprendizagem das estratégias e os aspectos intrínsecos ao jogo.
Alertamos que esse método não é simplesmente “jogar por jogar”, ele trabalha o aluno por meio de jogos, mini jogos, jogos pré-desportivos, entre outros, com a constante presença do professor, fazendo intervenções, mediações a todo o momento que for necessário. Pois o deixar jogar não é sinônimo de método global.
Como ponto positivo do método em questão, podemos afirmar que o mesmo é muito estimulante para os discentes.
Greco, Benda e Ribas (2001) propõem o ensino-aprendizagem-treinamento, é modelo com uma maior abrangência que os métodos de ensino, pois, de acordo com os autores, este modelo pode formar o aluno para a prática esportiva e para a vida, fazendo com que a criança incorpore a atividade física em seus hábitos.
Este modelo é dividido em nove fases: (1) pré-escolar até os 6 anos, (2) universal dos 6 aos 12 anos, é a mais ampla e rica dentro do processo de formação esportiva, (3) de orientação, iniciando por volta dos 11 e 12 anos e perdura até os 13- e 14 anos, (4) de direção, sendo iniciada por volta dos 13 – 14 anos e vai até os 15-16, podendo começar o aperfeiçoamento e a especialização técnica em uma modalidade esportiva, importante participar de outras modalidades esportivas complementares. (5) de especialização iniciando aos 15-16 e se prolonga até os 17-18 anos, (6) de aproximação, na qual abrange dos 18 aos 21 anos, podendo ocorre uma possível transição para a carreira esportiva. As outras três fases são: (7) de alto nível, (8) de recuperação e (9) de recreação e saúde (GRECO; BENDA; RIBAS, 2001).
Ressaltamos a contribuição de Korsakas e Rose Júnior (2002), que traz à tona a ideia do princípio educativo. Para ambos alguns princípios são importantes ao ensinar o esporte, como a heterogeneidade, por exemplo, colabora com o enriquecimento do processo de aprendizagem. Ela se apoia na co-educação que significa uma transformação recíproca, ou seja, uma criança que domina um conteúdo auxilia no aprendizado de outra, ou seja, meninos e meninas desenvolvendo as atividades juntos. Com isso o professor mediador pode enfatizar a união dos esforços dos alunos para as conquistas de metas em comum, pois os indivíduos aprendem e ensinam quando se envolvem, se comunicam e trocam aprendizados.
O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC e da UNISAL/Lorena.
O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte.
Acreditamos no poder transformador do esporte.
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