Texto escrito por Téo Pimenta
A falta de vivências corporais das crianças atualmente podem comprometer o desenvolvimento no esporte, pois para a prática efetiva do esporte é necessário avançar para o estágio de desenvolvimento maduro das habilidades motoras, desta forma, este contexto sociocultural apresentado em nossa sociedade pode gerar inúmeras dificuldades na próxima etapa de desenvolvimento esportivo, que seria a das habilidades especializadas ou específicas.
Observa-se que as discussões com relação ao desenvolvimento esportivo vem avançando, especialmente, nos últimos 10 anos. Surgindo mais diálogo há mais possibilidade de problematização e consequentemente mais avanços nas questões conceituais e procedimentais. A promoção constante de diálogo e trocas de ideias pode elucidar e apresentar caminhos didático-metodológicos para o ensino do esporte. E partimos da ideia de Paulo Freire (1989) que: “não há saber mais, ou saber menos, há saberes diferentes”.
Por outro lado, embora não estamos tratando do assunto investimento no esporte, sabemos que afeta indiretamente o desenvolvimento do ensino. Investimento em estrutura, tanto física quanto humana, especialmente, na formação continuada dos professores apresenta consequências diretas na iniciação e formação esportiva. Não negamos que há investimento no esporte, mas questionamos a má distribuição dos recursos e a concentração no esporte de alto rendimento, aproximadamente 80% dos recursos são destinados a essa modalidade. Defendemos uma melhor distribuição para a formação de professores, na manutenção, reforma e construção de escolas e praças esportivas, ou seja, buscando na prática e não no discurso eleitoral a viabilização do potencial de transformação do esporte.
Voltando a questão motivadora deste texto, quanto ao problema relacionado ao pouco movimento da criança, observamos que o contexto sociocultural de pouco movimento, gera poucas vivências motoras, assim, temos uma geração com um vocabulário motor reduzido. Desta forma, os professores inseridos nos espaços esportivos possuem a tarefa de, além de incentivar a criança a prática esportiva devem também promover uma ampla gama de experiências e vivências motoras nas crianças. Pois as crianças desta nova geração chegam sem esta bagagem. Destacamos a importância de estimular o brincar nos primeiros anos de vida, especialmente. O brincar promove o prazer que pode gerar o interesse ao esporte, e consequentemente, auxilia na socialização e a comunicação, habilidades psicossociais que contribui para a formação e desenvolvimento humano.
No esporte, especificamente, há uma necessidade de ser estimulado um vasto vocabulário motor que irá contribuir na vida esportiva do futuro atletas. Entendemos que a formação esportiva é um processo, que não se deve ser deixada ao acaso.
Defendemos aqui neste bloq que só se aprende o esporte vivenciando-o, neste caso, não estimular as habilidades motoras básicas, como as capacidades locomotivas manipulativas e estabilizadoras na infância fica quase impossível colher frutos no universo esportivo no futuro.
Ao professor cabe direcionar e estimular o desenvolvimento da criança ao longo do seu processo. Metodologicamente falando, devemos resgatar o potencial do lúdico, do movimento, do jogo e estimulando as crianças a prática esportiva. Tendo esta atitude demonstramos que somos uma sociedade que respeita e cuida das criança, entendendo que são seres humanos em processo de formação.
Aprender o esporte, envolve estar constantemente jogando e brincando, superando os desafios apresentados e resolvendo os problemas, assim, construindo a autonomia motora.
É importante ampliarmos o nosso diálogo e debate para viabilizar o potencial do esporte e melhorar nosso entendimento e reflexão das contribuições do mesmo para a sociedade de um modo geral.
Por fim, se há falta de verificação e clareza nos objetivos, em especial, no processo de ensino e iniciação do esporte, haverá como resultado uma limitação na efetivação da viabilidade do ensino do esporte na prática. Neste sentido, devemos construir propostas didático-pedagógicas organizadas, sistematizas e contextualizadas, que deveram ser constantemente refletidas.
Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE.
O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte.
Acreditamos no poder transformador do esporte
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