Texto escrito Gabriel Silva
A
julgar por suas atribuições, essas três figuras no processo do
ensino-aprendizagem correspondem a elementos diferentes. Embora, em muitas
realidades uma mesma pessoa exerça as três funções, há diferenças entre elas
que precisam ser discutidas e refletidas para que não ocorram distorções de
suas práticas.
O
professor na condição de educador tem a finalidade de transmitir conhecimentos
a seus alunos, considerando os aspectos conceituais (teoria da modalidade),
procedimentais (execução dos movimentos) e atitudinais (valores sociais). Esta
é a função tão importante na formação vital que um deslize deste profissional
pode comprometer todo o planejamento dos demais profissionais, mesmo que às
vezes seja ele próprio.
O
treinador por sua vez, está presente principalmente nas abordagens tecnicistas,
que consiste em preparar a equipe ou o grupo para eventuais competições e
torneios. Neste processo, o profissional encarregado desta tarefa tem o dever
de capacitar individualmente e coletivamente o respectivo elenco. Contudo, é
necessário avaliar em qual cenário está inserido e quais objetivos que aquela
realidade possui.
Por
exemplo. Se tratando no âmbito escolar, dificilmente terá a diversificação
nestas três funções. Já que é o profissional da Educação Física que conduz as
aulas e a escola aos campeonatos inter escolares. Além disso, é o professor que
seleciona os representantes da escola e colégio respeitando os critérios
pedagógicos. Porém, quando o mesmo passa a condição de treinador, isto é,
treina o time para determinada competição é necessário refletir o que valerá
mais: título ou conhecimento. Com base nisto se inicia o planejamento para que o
conjunto da obra seja de antemão organizada e sistematizada.
Os
mesmos conceitos se aplicam também a projetos socioesportivos, clubes e até
alto rendimento dependendo das circunstâncias.
Após
estas duas fases, chega-se a terceira, ser técnico. Ser técnico, não basta
apenas ensinar valores do esporte ou atingir boa performance da equipe. É
necessário se tomar boas decisões em frações de segundos. O jogo começa, o
árbitro inicia a partida e dali em diante sua cabeça vira um turbilhão de
informações, tendo que ignorar todos os estímulos externos e se concentrar
exclusivamente nos movimentos dentro do campo de jogo. É ele quem ditará a
diretriz que seu time seguirá durante a partida. Suas análises, orientações,
apontamentos precisam ser em tempo recorde. Com referência nestas informações
se chega a uma certeza: esta última etapa é que fará todas as outras serem
valorizadas.
A
vista disso, o profissional terá que incorporar o professor, treinador e
técnico. Todavia, respeitando o momento e saber qual das figuras a exercer em
determinados ocasiões, mesmo que isso gere a incompreensão externa. Com efeito,
a fidelidade ao planejamento e as estratégias te servirá de eixo para se
alcançar os objetivos de seu grupo e conseguir utilizar o esporte de maneira
benéfica ao bem individual e coletivo.
Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação
de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP.
prof.gabrielsilva@outlook.com
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