sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O que podemos aprender com as grandes potencias mundiais

 


Texto escrito por Téo Pimenta

Num passado recente, antes dos Jogos Olímpicos realizados no Brasil (Rio-2016) a realidade brasileira com relação à educação física, conforme o Censo Escolar de 2013 demonstrou que 32%  das escolas da rede pública de ensino fundamental possuíam quadras, esta porcentagem aumentava em 57% na rede privada e respectivamente, nas nas escolas de ensino médio, 75,5% na rede pública e 81% na rede privada. Demonstrando o desinteresse brasileiro pela educação física, e após os Jogos Rio-2016, o que mudou?  

Neste mesmo período a imprensa brasileira se viu na obrigação de observar a realidade da educação física e do esporte em potencias como: Inglaterra, Estados Unidos e Japão e realizar comparativos. E observaram estruturação, organização do trabalho e metodologia na práticas da educação física e esportivas. 

Pensamos em projeto esportivo associado a educação, não substituindo a educação física pelo esporte, muito pelo contrário, seria utilizá-lo como uma atividade extra-curricular, destinando o aumento carga horária para a prática esportiva. Cabe ressaltar que o modelo da educação física escolar brasileira, tem como característica apresentar uma gama de atividades da cultura corporal. Sendo assim, o esporte é tratado como um dos conteúdos a se apresentar aos alunos nas aulas. Desta forma, os projetos que utilizaram exclusivamente do esporte, podem ser incorporados nas escolas de tempo integral, assim, incorporando os bons e bem sucedidos exemplos apresentados pelas grandes potencias esportivas mundiais. Dos quais seguem abaixo:

Na Inglaterra os alunos realizam uma média de 6 horas de educação física semanais, a média mundial é de aproximadamente 2 horas semanais, inclusive no Brasil. Nos anos 80 e 90 a Inglaterra não valorizava a educação física e a partir de pesquisas realizadas por instituições como a Sport Impact identificaram que o esporte poderia ser utilizado na prevenção de doenças, melhora na qualidade de vida e intervenção na violência. Um grande exemplo apresentado pelos ingleses é a escola Millfield que possui uma estrutura fantástica e uma metodologia que privilegia as práticas esportivas. Em sua história formou 68 atletas entre olímpicos e paraolímpicos e conquistou 12 medalhas olímpicas para o Reino Unido. 

Nos Estados Unidos os alunos entre 6 e 10 anos realizam aproximadamente 150 minutos e os de 11 aos 17 anos aumentam para 225 minutos semanais de educação física, esta legislação federal é seguida por 38 dos 50 estados norte-americanos. Outro ponto a se destacar são uma presença de voluntários, que tem a função de desenvolver e conduzir as equipes escolares nos seus respectivos jogos e competições locais, regionais e nacionais. O ex presidente norte-americano Barack Obama disputou competições escolares de basquete e grandes líderes destacam a importância do esporte na formação humana das pessoas.

O Japão destina 3 aulas semanais de educação física nas escolas da educação básica e possibilita a adesão aos alunos, a partir dos seus interesses de se inscreverem em programas de práticas esportivas extra-escolares, somando mais duas horas de atividade física, estas atividades extra-escolares são conduzidas por professores da própria escola. Outro projeto de destaque realizado pelos japoneses são as palestras e oficinas com os atletas olímpicos nas escolas, programa que tem como intenção incentivar os alunos da prática esportiva. 

Estas são algumas das propostas e exemplos das grandes potencias mundiais, na última Olimpíadas realizada no Brasil em 2016, os Estados Unidos obteve a 1ª colocação e conquistou 121 medalhas, o Reino Unido ficou em 2º colocado e o Japão em 6º colocado. Exemplos que podem nos auxiliar na reflexão e construção de propostas para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Ressaltamos que o esporte, mundo a fora, se constitui como um elemento, real, que contribui para formação humana, conforme constatado nos seus resultados tanto esportivos quanto sociais.


Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Estratégias para ensinar o esporte


Texto escrito por José Martins Freire Júnior 

A Educação Física tem buscado, ao longo dos anos, avançar e superar os modelos dominantes da área, tecnicismo e esportivismo, contudo, o cotidiano escolar ainda é composto por práticas esportivas que produzem fortemente estes modelos (CORREIA, 2006).

Percebe-se a presença de tais modelos nas aulas de educação física escolar, pois em sua grande maioria, os profissionais dão ênfase às técnicas esportivas, e com isso os alunos são ensinados através de exercícios que buscam aprimorar a técnica necessária para tal prática. No entanto, vale lembrar que o indivíduo é um ser sociocultural e as aulas voltadas apenas para a técnica esportiva colabora para a fragmentação da formação integral dos mesmos e alguns aspectos importantes não são desenvolvidos, como: respeito mútuo, a cooperação e afetividade que são a base para viver em sociedade (GUIMARÃES, et al., 2001).

Em oposição aos modelos dominantes (tecnicismo, esportivista e o biologista) começam a surgir na década de 70 novas abordagens com o intuito de trazer uma maior ação e reflexão da educação física e com isso tentar atender às diferentes dimensões do ser humano. Algumas abordagens foram bem impactantes: a psicomotora, a construtivista, a desenvolvimentista e as abordagens críticas, que puderam colaborar para ampliação das práticas pedagógicas educacionais e também a visão da área em relação aos possíveis conteúdos a serem ensinados (BRASIL, 1998). 

O PCN nos lembra que "em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto n. 69.450, de 1971, considerou- se a Educação Física como “a atividade que, por seus meios, processos e técnicas, desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando”. (1997, p.22)

A história nos conta que nesse período a educação física escolar, continuou com seu enfoque na aptidão física, também não pudera ser diferente, pois o país se encontravam em meio ao período mais sombrio de sua história, estávamos em plena ditadura militar. O esporte nessa época era usado pelos governantes como produto de massificação e alienação da população brasileira. 

Abro um parêntese para relembramos e elucidarmos o que foi dito, tomando como exemplo o programa “Esporte para Todos”, o EPT, programa de cunho político, que foi uma manobra eficaz de alienação da população através do esporte. Segundo Castellani Filho (2008),

Foi também no início dos anos 70, que começou a ganhar corpo, o depois conhecido como Movimento “Esporte para Todos”, o EPT... “Braço direito do Desporto de massa, apresentado como uma proposta de esporte não formal, inspirado no quadro teórico da Educação Permanente, encontrou o EPT, campo fértil para sua propagação em nosso país, a partir da necessidade sentida pela classe dominante, de convencer aos segmentos menos favorecidos da sociedade brasileira, de que, o desenvolvimento econômico propalado na fase do “milagre”, tinha correspondente, no campo social (CASTELLANI FILHO, 2008, p. 116).

Retomando o assunto central, infelizmente muitos professores ensinam para seus alunos a exclusão dos menos habilidosos. A trapaça e a falta de respeito são atitudes normais presentes no ambiente esportivo, pois são aspectos importantes para a conquista das vitórias. Além disso, reforça que a justiça, a igualdade de oportunidades, dentre outros valores éticos que podem ser melhorados com a prática esportiva, não são importantes e até podem atrapalhar os triunfos nas competições (KORSAKAS; ROSE JÚNIOR, 2002).


O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC e da UNISAL/Lorena.


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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Ser otimista ou realista na formação?



Texto escrito por Gabriel Silva

Recentemente, Rafael Nadal venceu pela 13° vezes o Rolland Garros, para se ter uma ideia do quanto significativo representa esses títulos, Guga, o maior ídolo brasileiro no tênis, que tanto orgulho deu ao país, além de ser referência mundial, conquistou em sua carreira 3 títulos de Rolland Garros (1997, 2000 e 2001). Assim, Nadal atingiu um patamar quase que impossível, apesar de atualmente ser apenas o número 2 do mundo, atrás de Djokovic.

Imigrando para o basquete, também recentemente Lebron James chegou a sua 10° final de NBA. Oito foram disputadas em sequência. Número este assustador. Além disso, é o maior pontuador, o jogador com maior número de vitórias, com o maior número de roubadas e também de cestas convertidas. A cada partida Lebron bate uma série de recordes, o craque tem mais finais do que muitas equipes da NBA.

São marcas que certamente ficaram para a história do esporte, porém além desses astros, quantas crianças não tentaram ou tentam chegar no patamar que estes atletas citados chegaram? No Brasil é comum a criança ter o sonho de ser jogador de futebol como o Neymar. Muita das vezes apoiada pelos pais, familiares e principalmente professores e treinadores. Por isso, a reflexão que trazemos vai no sentido de que: até que ponto temos benefícios em alimentar estes sonhos nas respectivas crianças?

Quantos atletas tem como referencial astros como Rafael Nadal ou Lebron James no esporte no Brasil? Um a cada 100 anos? Um a cada 1 milhão? Felizmente ou infelizmente esta é a realidade do esporte. E qual será o papel do profissional da Educação Física neste processo?

É importante o professor incentivar e motivar o aluno ao caminho do alto rendimento se o mesmo desejar, porém, é crucial que seja sempre refletido junto ao mesmo que as chances são poucas. Essa é uma medida para minimizar uma frustração futura do atleta caso não venha conseguir. Como diz um ditado popular: “quanto maior a altura, maior a queda”.

Seja no contexto escolar, projeto socioesportivo, clubes de treinamento estímulo desde a infância a buscar como carreira esportiva é totalmente compreensível, mas desde que conciliado com uma formação educativa por intermédio do esporte. Por isso, que os objetivos da prática devem ser revistos com frequência pelo profissional.

Ao invés de apresentar ícones esportivos como referência, o ideal é que o próprio aluno/atleta se auto referencie e busque evolução com base em seus próprios rendimentos. Ou seja, ser melhor a cada dia e não melhor que os grandes ídolos esportivos. Esta é mais uma estratégia para que a formação ganhe sentido, não seja temporária e sim definitiva na vida do educando, já que o esforço será o condutor do mesmo e não uma vontade insaciável de conseguir igualar os grandes astros do alto rendimento.

Portanto, abrimos aqui mais uma importante reflexão a vocês professores, atuante no ensino do esporte, formador de pessoas, no sentido de observar como devemos agir nestas situações quando o esporte é uma possibilidade de carreira.


Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP. 

prof.gabrielsilva@outlook.com


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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

As perspectivas para o ensino do esporte


Texto escrito por Téo Pimenta

Quando pensamos em ensino inovador, o que imediatamente nos vem a mente, algo que esta mais propagado no contexto atual, no entanto, não fazemos a devida avaliação se o que esta sendo apresentado é pertinente ao meu contexto de ensino ou atende meu objetivos e metas pedagógicas. 

Na maioria das vezes propostas relacionadas ao ensino híbrido, que muitos dizem ser inovadoras, nada mais são que propostas que buscam realizar uma junção entre a teoria e prática, alinhado com a utilização da tecnologia no ensino, não traz nada de inovador.

Vale destacar que muitos professores estão numa busca constante por ideias inovadoras que aliem teoria e prática, inovação no sentido de boas práticas que potencializem aprendizado do seus alunos. Procurando desenvolver propostas que visem uma maior participação dos alunos, provocando estimular engajamento dos aprendizes nas suas ações pedagógicas, estes são sempre desejos de profissionais comprometidos.

Nos deparamos com inúmeras técnicas que visavam o desenvolvimento do aluno como ser participativo, entendendo que há diferentes formas de aprendizado, assim, as metodologias ativas podem ganhar um sentido, desde que tenha o aluno como um elemento central do processo de ensino-aprendizagem e o professor como parte da metodologia, incumbindo-se de mediar, organizar, supervisionar e orientar o aluno dentro de todo esse processo, acompanhando-o.

Com a pandemia e a necessidade do isolamento social, emergiu o desafio dos professores em dar sequência de forma remota nas ações pedagógicas, houve a necessidade de utilizar os recursos tecnológicos, surgir dificuldade e adaptação ao longo do processo está dentro de uma normalidade, entre acertos e erros, os professores foram descobrindo os caminhos e construindo estratégias de interação com os alunos. Surgiram situações de diferentes níveis de dificuldades e complexidades, os professores se adaptaram rapidamente, assim, cumpriu seu papel de motivar e estimular os alunos a se descobrirem neste momento delicado.

No processo observou-se o desenvolvimento do aluno, a construção de habilidades e competências individuais e coletivas fundamentais para o contexto atual, coube aos professores criar oportunidades dos alunos se desenvolverem de forma colaborativa, estimulando habilidade como autonomia e liderança nos alunos.

Acredita-se que o aluno deve ser o responsável da construção do conhecimento, tendo o professor como um elemento facilitador. Ao professor cabe refletir o como conseguimos estimular uma cultura do aprendizado. É importante ressaltar que o professor cria o problema, cabe o aluno de forma colaborativa identificar os caminhos, situações e as respostas são individuais e diferentes frente ao problema apresentado. 

Neste caso, um exemplo ilustrativo, o professor apresenta um problema e o aluno tem que resolver o problema, no entanto, deve existir uma interação com o conteúdo que o aluno aprende, neste caso. As metodologias ativas, mencionada com certa frequência neste Blog, possuem estas características, podendo ser a partir de problemas, os alunos procuram buscar por possíveis resoluções, esta é apenas um exemplo de como podemos explorar esta possibilidade metodológica. 

Aos professores cabem, de forma estratégica, estimularem o protagonismo dos alunos, supervisionam todo o processo de ensino e aprendizado, e o mais importante, propagar cultura do aprender a aprender a todos os envolvidos, utilizando-se da tecnologia como meio, uma das suas aliadas no processo.


Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Prática esportiva nas aulas de Educação Física: um reflexo da sociedade

 


Texto escrito por José Martins Freire Júnior 

É visível que o esporte, para ser desenvolvido nos moldes e nos padrões de alto rendimento, necessita de inúmeras exigências que cada vez menos pessoas conseguem atender o exigido, porém ainda é o modelo que muitos seguem. Existindo uma falsa consciência de que o esporte de alto rendimento é o modelo mais apropriado para prática esportiva de todos. Além disso, muitas vezes os profissionais de educação física não percebem o poder dessa falsa consciência e se tornam agentes reforçadores deste modelo (KUNZ, 2006). 

É na escola que encontramos uma grande busca pela prática esportiva, este fato não pode ser negado, porém a escola parece não acreditar nas possibilidades e na função educativa da esporte competição. Pois, para que esporte de competição tenha uma maior credibilidade no meio escolar é necessário que alguns paradigmas sejam quebrados, tais como: vencer a qualquer custo, individualismo e a intensa busca por resultados. Diante disso, a competição escolar deve ser embasada em alguns pilares: cooperação, valores sociais, coeducação, cooperação, participação, autonomia e pluralidade cultural (REVERDITO; SCAGLIA, 2009).

O esporte escolar por vários anos vem sofrendo inúmeras críticas por copiar o modelo de esporte de alto rendimento. De acordo com Taffarel (2000), esta manifestação do esporte da maneira como é desenvolvida na Educação física escolar não colabora para a diminuição da desigualdade social, pois os objetivos propostos não estão unificados com os anseios voltados para uma sociedade mais justa e igualitária, mas segue pelo caminho inverso, favorece e aumenta a desigualdade entre os indivíduos.

Paes (2001), referenciando Orlick (1978), sobre a relação esporte e sociedade descreve que:


os jogos e os esportes são reflexos da sociedade em que vivemos, mas também servem para criar o que é refletido. Muitos valores importantes e modos de comportamento são aprendidos por meios das brincadeiras dos jogos esportivos (ORLICK, 1978, apud PAES, 2001, p. 79).


Se por um lado, as práticas esportivas, as ginásticas, as artes marciais, as danças e as práticas para aptidão física estão sendo transformados em produtos comerciais que difundem a ideia da cultura corporal de movimento  e isso é positivo, mas por outro, alguns aspectos são preocupantes: crianças e adolescentes entram em contato precocemente com alguns esportes e práticas corporais inspiradas em modelos para os adultos, o estilo de vida veiculado é sustentado pelas novas condições socioeconômicas (capitalismo/ consumismo, poluição, violência e diminuição dos espaços de lazer) (BETTI; ZULIANI, 2002).

Esse novo modelo de vida tem como ponto de preocupação as inúmeras possibilidades de condições que colaboram para que as pessoas assumam uma postura sedentária e que as crianças e adolescentes aumentem o número de horas em frente aos recursos audiovisuais. Isso favorece, assim, o abandono dos jogos e brincadeiras populares e ainda colabora com uma possível substituição das experiências práticas esportivas pelo simples fato de ser um espectador esportivo (BETTI; ZULIANI, 2002).

Essa dialética da vida contemporânea é um dos maiores desafios que os profissionais da Educação Física tem que enfrentar: 1- temos a propagação das atividades esportivas por meio dos veículos de comunicação, captando assim novos adeptos para essas práticas, que vislumbram o sucesso na vida via esporte (imagem que é vendida), 2- mas para o tão esperado sucesso, o que ocorre é uma precocidade na inserção de crianças ao mundo dos homens, 3- a questão também perpassa  pelo mundo tecnológico, massificador da lógica do capital, cria diversos produtos que prendem a atenção da população em geral, em especial crianças e adolescentes, fazendo com que essa parcela da população se tornem “reféns” de suas invenções, construindo assim uma população mais sedentárias, obesas, com diversas doenças. De protagonizador do esporte o que se têm são espectadores do esporte. 

Em muitos momentos a tarefa do professor não foi a de possibilitar oportunidades a todos os alunos para que pudessem descobrir e vivenciar cultura corporal de movimento, mas, captar os alunos biologicamente mais bem-dotados, treiná-los com o intuito de levá-los a conquistarem espaços em equipes esportivas e, a assim, representarem a escola ou outras instituições. Parece que tal processo de seleção era algo quase que inconsciente no docente, que em muitos momentos habita o imaginário social da educação física escolar, a partir disso, pode-se perceber a dificuldade dos professores em desenvolver os trabalhos em turmas heterogêneas (DAOLIO, 1996).


O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC e da UNISAL/Lorena.


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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Mercado de trabalho do Educador Físico


Texto escrito por Gabriel Silva

Desde 2004, a formação em educação física foi dividida entre o curso licenciatura e bacharelado. Esta divisão ocorreu na busca de atender a demanda das escolas e colégios, pois a maioria dos profissionais que nas oportunidades possuía a formação “plena” optava por atuar na área do bacharel carecendo a área da licenciatura. Por consequência, o período de graduação dos licenciados reduziu de 4 para três anos, enquanto o bacharel se manteve em oito semestres. 

Atualmente, segundo dados do CONFEF (Conselho Federal de Educação Física), há 390.766 registros profissionais ativos de pessoas físicas no Brasil e 43.320 pessoas jurídicas.

Uma pesquisa realizada no final de 2018 pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) elaborado pela Secretaria do Trabalho, apontou que a educação física está em sétimo lugar entre as posições que mais obtiveram contratações formais, sendo um total de 12.205. A liderança coube a Enfermagem que obteve 23.533 contratações formais.

Apesar destes números significativos, cabe uma reflexão, como melhorar em suas respectivas áreas a ampliação ou desenvolver novas possibilidades de atuação e como ingressar no mercado aqueles que ainda não obteve tais oportunidades.

A primeira observação da qual apontamos é a especialização e se atualizar constantemente. Ao se especializar e se atualizar o profissional tem a capacidade de observar as possibilidade de atuação e oportunidades, ou seja, melhora seu entendimento das demandas o mercado de trabalho e também poderá aumentar a sua credibilidade perante ao público, gerando diferenciais em um possível processo de seleção.

Há inúmeras possibilidade dentro do mercado, desde migrar para pesquisas, ciências e até a literatura. Aliás, na produção de um bom livro ou algum outro conteúdo literário que envolva a Educação Física pode-se gerar meios de faturamento. Outras opções são a aplicação de cursos; palestras; aulas particulares; treinamento (em diversos aspectos); Enfim, ficará sempre o convite para o profissional se reinventar dentro de sua modalidade de atuação. 

Vale ressaltar que o mercado de trabalho atualmente tende a oscilar perante a tal realidade econômica do país. Tudo isso nos leva de volta a mesma reflexão: Como se reinventar?

Embora rendimentos financeiros seja o alvo principal, o marketing pessoal pode ser uma importante estratégia no atual cenário. Prestar serviços a favor da sociedade de maneira gratuita e espontânea pode gerar identificação do profissional com um eventual público futuro. Além de contribuir na aquisição de experiência. Ser útil socialmente e poder desenvolver possibilidades de atuação num futuro próximo. 

Entretanto, todas estas alternativas está interligado aos estudos, isto é, independente das estratégias do profissional o aprendizado e a obtenção de novos conhecimentos são imprescindíveis. Quanto mais dominar dos conteúdos da área da qual pretende atuar, melhores serão os resultados. E neste processo, possivelmente haverá a necessidade de investimentos financeiros. Porém basta saber analisar a diferença entre preço e valor.

Portanto, sempre haverá oportunidades do profissional no mercado de trabalho, desde que se reinvente constantemente e não entre na zona de conforto. Deixe suas sugestões dos possíveis campos de atuação para o profissional de Educação Física. 


Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP. Email: prof.gabrielsilva@outlook.com


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sexta-feira, 16 de outubro de 2020

O esporte como uma ponte para a cultura de paz


Texto escrito por Téo Pimenta

O esporte com seu poder transformador pode contribuir para uma sociedade melhor e menos violenta, atualmente vivemos uma lamentável situação, segundo dados apresentados em artigo publicado na revista Nova Escola (2019) escrito pela psicóloga Ana Carolina C D'Agostini a realidade é preocupante e alarmante.

Segundo a referida revista, os órgãos de pesquisa levantaram dados sobre a violência dentro da escola e apontara o Brasil como líder no ranking de agressões contra professores (OCDE). Dados apontados pela Globo News indicam que em São Paulo o número de casos de violência contra professores cresceu 73% em 2018 com relação 2017. O sindicatos dos professores de São Paulo afirmou que mais da metade dos professores do estado já relataram ter sofrido alguma agressão. 

A consequência dessa caótica realidade é que a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo recebeu cerca de mais de 3.000 licenças por estresse e depressão e no Rio de Janeiro um professor a cada 3 horas saiu de licença por estresse, dados que apontam, ilustram a dura realidade do professor no Brasil e destacam que o quanto o país não valoriza a educação e o trabalho do professor. Estes dados ilustram o clima violento que o professor vive dentro da escola que apresentam uma realidade nada pacífica. 

O preocupante é que a violência dentro da escola vem sendo tratada como algo normal, naturalizar a questão da violência escolar é muito perigoso e procurar culpabilizar a escola ou a família não é o caminho para a resolução desse complexo problema.

Temos que desenvolver mais propostas e projetos que visem a construção de uma cultura de paz nas escolas e que reflitam a formulação de medidas preventivas e envolva não apenas a família, mas sim, outras instituições sociais. 

Auxiliar com a formulação de propostas que envolvam outros setores da sociedade, que busquem por elaborar soluções eficazes e eficientes para este e outros problemas apresentados no interior das escolas, neste caso, o esporte pode se apresenta como uma das possibilidades e auxiliar na construção e desenvolvimento de uma cultura de paz dentro da escola. 

Desta forma, temos que refletir estratégias que utilizem do poder transformador do esporte e construam pontes para uma cultura de paz em nossa sociedade. Com o esporte sendo trabalhado estratégica e sistematicamente com as crianças e jovens podemos contribui de forma efetiva para a construção da cultura de paz dentro das escolas. Devemos utilizar o potencial do esporte como uma ferramenta de transformação social.


Téo Pimenta é diretor e Editor do Blog do IEVALE

(12) 98845-4676 | ievale1998@gmail.com


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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Críticas sobre o esporte competição no âmbito escolar


Texto escrito por José Martins Freire Júnior 

Parece que na educação física e esporte há uma dicotomia entre a teoria ligada a visão humanística e a prática relacionada a visão tecnicista. Mesmo com as reformulações dos objetivos, conceitos, planos de aula no ambiente escolar, ainda persiste o modelo tecnicista, no qual visa o aluno como um atleta, um adulto em miniatura e para isso usa o método de ensino-aprendizado-treinamento que desenvolve as atividades por meio da reprodução e repetição, ou seja, sem uma visão pedagógica, metodológica, educacional e formativa (GRECO; BENDA, 1999).

De acordo com Reverdito e Scaglia (2009) a competição escolar deve propor diferentes tipos de tarefas, sejam elas, individuais, coletivas, cooperativas e de oposição. Fazendo com que o aluno vivencie diferentes formas de situação problema. Diante disso, deve ser preconizado a organização da competição, as intenções educativas e metodológicas para que haja uma participação democrática de todos na competição, com isso manter a preocupação relacionada ao processo no qual o aluno aprenda com a competição. 

Contudo, o ensino formal ainda utiliza a reprodução do modelo adulto de competição na escola, e assim por ser uma cópia das competições institucionalizadas acarretam a ausência de um tratamento pedagógico voltado a educação do sujeito, há ainda uma falta de compromisso da escola com as competições que acontecem em ambiente escolar. (REVERDITO; SCAGLIA, 2009).

Para Freire (2009) a competição faz parte da vida da criança do adolescente, por tanto esses devem vivenciá-las, o que fica em questão é a forma que a competição é apresentada a esse público:

não se deve confundir o elemento competitivo contido no espírito humano e presente em todas as civilizações com as formas nefastas que a competição adquire em certos momentos da história. Recusar- se a fortalecer, na Educação, a forma depravada com que a competição se manifesta na sociedade tecnocrática é desejável, mas sem negar à criança o direito de exercer e ampliar sua cultura (FREIRE, 2009, p. 138).

O esporte é um produto cultural altamente valorizado, pelo menos no aspecto econômico, pois a cada dia são injetadas quantias volumétricas na busca de melhores resultados. Além disso, a ciência não demonstra grandes interesses no ser humano ou na dimensão social do esporte, mas apenas, tem como interesse os aspectos tecnológicos e a melhora de performance dos atletas, fazendo com que estes se tornem objetos de manipulação que devem aprimorar o físico e a técnica esportiva, deixando o esporte exclusivo para os atletas de elite (KUNZ, 2006).


O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC e da UNISAL de Lorena.


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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Por trás do esporte


Texto escrito por Gabriel Silva

Na última Eurocopa, uma criança portuguesa de uns dez anos e um jovem francês no alto de seus vinte e poucos anos deram uma lição ao mundo. A França jogava uma final em casa para ser campeã da Europa. Precisava ganhar para dar ânimo ao seu povo após uma série de atentados terroristas e mortes em Paris, segundo episódios do jornal Charlie Hebdo. O que os franceses mais temiam se concretizou, o gol português na prorrogação tirou o sonho de erguer a taça e o sentimento nacionalista. Já fora do estádio, o jovem francês chora e o garoto português, com pureza, compaixão e respeito, consola o seu novo amigo.

O idioma não fez diferença e nem uma barreira. O abraço e o reconhecimento do adversário uniram dois povos. O mundo se emocionou com o gesto e o vídeo viralizou. Além de saber lidar com a derrota, também é necessário o respeito na vitória, como vimos no exemplo. O profissional neste sentido deve construir maneiras para seus alunos/atletas se reinventarem perante estes momentos. 

Além disso, o esporte nos traz valores pertinentes à realidade vital. O esforço se apresenta como um dos recursos imprescindível ao esportista. Por exemplo: um atleta que almeja êxito em suas práticas deve treinar em abundância seus fundamentos, uma vez que são a partir da repetição que se refina os movimentos.

Assim como no esporte, na vida de um modo geral requer o esforço para conseguir o que se deseja. Entretanto, neste processo é necessário ensinar uma outra coisa, o planejamento.

Por mais que a pessoa seja dedicada, o planejamento deve caminhar paralelo a esta característica, pois são os caminhos percorridos e as estratégias adotadas que ditará o ritmo e os objetivos alcançados. 

Voltando ao atleta, quando o mesmo é esforçado ao extremo, porém, não possui um planejamento adequado de seus treinamentos, sem horários definidos, sem periodização do profissional, sem variedade dos fundamentos treinados, enfim poderá até melhorar em algum aspecto, porém, deixará de conseguir o que poderia vir a conquistar, no caso um melhor desempenho. Assim é na vida, o empenho é fundamental desde que seja conciliado com um bom planejamento.

Além do esforço, bom planejamento, administração do estado emocional individual, a disciplina segue como mais um importante aspecto. Em uma modalidade coletiva, por exemplo, um atleta que não tem a disciplina de cuidar de sua alimentação, de seu corpo de um modo geral pode comprometer todo um time. Em esportes individuais também não é diferente. Assim também é na vida. Quando se tem uma meta e aplica todos os outros valores já apresentado, mas não se tem disciplina, ocorrerão muitas dificuldades. Por exemplo: um jovem quer realizar uma viagem, esforça-se para ganhar mais dinheiro. Planeja seus gastos. Reconhece suas decisões equivocadas neste processo e segue em frente, porém, não se tem disciplina e não guarda dinheiro da maneira devida, logo, de nada adiantará.

Portanto, quando ensinar o esporte, saiba que mais que uma modalidade esportiva em foco, está principalmente treinando, indiretamente será desenvolvido ensinamentos para toda a vida. E acredita-se que fazer estas correlações na promoção de debates e discussões são fundamentais para que o esporte ganhe mais sentido, seus valores saiam do anonimato e venham ser o eixo de condução do grupo como um todo.


Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP. Email: prof.gabrielsilva@outlook.com


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terça-feira, 13 de outubro de 2020

ESPORTE COMO DIREITO E RESPONSABILIDADE DO ESTADO


Texto escrito por Igor Moreira

O presente texto vem abordar o esporte como direito e responsabilidade do Estado. Para subsidiar o nosso entendimento, apresentarei leis que reafirmam essas duas vertentes: a manifestação esportiva como direito e a responsabilidade do Estado em fomentar essa prática para toda população, e por fim, mencionar algumas possibilidades do esporte, que serão discutidas no próximo trabalho.

Para pensar a contribuição social do esporte, começaremos fazer referência a Constituição Federal, de 1988 e ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), de 1990, onde fica claro que o esporte e o lazer são direitos equivalentes aos demais, embora não tenham prioridade governamental.

De igual forma o lazer que também é assegurado por lei, ele é um direito constitucional e figura entre os demais direitos sociais no Art. 6º de nossa última Carta Magna: “São direitos sociais:  a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Seguindo a Constituição de 1988, o seu artigo 217º aborda o direito ao esporte, sendo a prática esportiva assegurada a todos, independentemente da capacidade de realização de qualquer atividade física, por qualquer indivíduo em território nacional.

Na seção III, Do Desporto, no Artigo 217º, é evidenciado o dever do Estado a promoção da prática esportiva para todos:

Art. 217 É dever do Estado, fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1.º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2.º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3.º O poder público incentivará o lazer, como forma de promoção social. 

Ao pensar com exclusividade nas crianças e adolescentes, retoma-se ao ECA (1990, p.37), em seu artigo 4º, coloca que:

Art. 4.º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral, e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Fazemos esses parênteses para relembrar o direito ao esporte e ao lazer a todos, e para reafirmar a obrigatoriedade do poder público de oferecer essas práticas a toda população, independentemente de idade e sexo, ou de qualquer outra forma de diferenciação dos cidadãos, seja ela qual for, colaborar de forma efetiva para a melhoria da saúde de seus participantes e contribuir de maneira significativa no que concerne aos aspectos sociais inerentes ao esporte. 

Para a efetivação desses direitos, o esporte se manifesta em três vertentes, são elas: esporte-educação, esporte-participação e esporte-performance. Como descrito em linhas anteriores, discutiremos essas manifestações no próximo texto. 


O professor Igor Moreira é mestre em Políticas Sociais e docente no curso de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC. 


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A valorização e formação do profissional e seus impactos no ensino do esporte

 


Texto escrito por Téo Pimenta

Neste artigo discutiremos a valorização e formação profissional do professor, observando modelos construídos a partir de propostas que priorizaram estes indicadores e melhoram significativamente seus índices educacionais, acreditamos que com a valorização e formação profissional, inicial e principalmente continuada, geraria impacto positivos no ensino do esporte, por este motivo vemos como pertinente debater esta questão. 

No Brasil muito se discute sobre a valorização e formação dos profissionais da educação, no esporte esta discussão é quase que inexistente, embora para a melhora de qualquer serviço prestado ou metodologia a ser criada esta discussão deveria estar na pauta. 

Valorização e formação profissional são indicadores, mas diríamos que foram regras básicas para os países com ótimos resultados em avaliação de desempenho global, caso dos países desenvolvidos como Canadá, Estônia, Cingapura, Finlândia, Japão e Dinamarca, para citar alguns exemplos. Modificar panoramas e índices negativos na educação, como no caso brasileiro, seria a partir de investimentos em propostas que girem em torno destes indicadores, assim, deve-se construir propostas que busquem a valorização e formação, tanto inicial quanto continuada, dos profissionais. 

Observamos a crescente desvalorização dos professores da educação básica brasileira, comparando a remuneração dos nossos profissionais com relação aos professores de países desenvolvidos, o professor brasileiro recebe menos que a metade, se comparado a países locais os professores brasileiros ganham menos que Chile, Colômbia e México, e com relação as outras profissões dentro do país, o salário de um professor equivale a menos que 52% (ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO DESENVOLVIMENTO ECÔNOMICO)

Esta tarefa deveria ser iniciada pelos governantes brasileiros, urgentemente, no entanto, os resultados com educação são a longo prazo. 

Estudos apontam que professores maus remunerados e desvalorizados tendem a não ser exclusivos na sua dedicação ao trabalho, assim, inevitavelmente possuem duplas jornadas ou outras atividades profissionais, inviabilizando a realização de um bom trabalho, do outro lado, profissões desvalorizadas tendem atrair pessoas de baixa qualificação, por exemplo, 20% dos estudantes de pedagogia não atingiram a nota mínima no ENEM, esta realidade não trata-se de uma exclusividade desta profissão, neste caso a educação física e outros cursos de formação profissional para a educação sente este mesmo ou semelhante impacto. 

São questões complexas e que devem ser refletidas de forma aprofundadas, com vistas a viabilização de propostas mais amplas e efetivas que ataquem os problemas relevantes da educação brasileira, a profissão de professor precisa ser mais atraente para o jovem, em especial. 

Desta forma, se pensarmos na formação vemos apenas a inicial, que está cada vez mais precária, e com relação a formação continuada de professores no país, este serviço é quase inexistente, assim como mencionamos acima, a valorização e formação deveriam ser regras para uma melhora significativa nos serviços prestados. Neste caso, as instituições deveriam se debruçarem na construção de propostas que buscam refletir os problemas emergentes e apresentarem ações efetivas e eficazes, em especial, nos que podem gerar impactos, diretos ou indiretos, sobretudo no ensino do esporte.

Assim, devemos seguir o exemplo dos países desenvolvidos que investem de forma sistemática na formação, por meio da promoção de palestras, debates, discussões, cursos, oficinas, workshops, ou seja, estimular a formação de profissionais competentes e capazes de melhorem suas atuações nos contextos de ensino, pois há o entendimento que a melhora na educação tem uma relação íntima e profunda com os indicadores como valorização e formação profissional. 

Neste caso, para oferecermos e prestarmos um serviço de qualidade devemos seguir os exemplos dos gestores dos países desenvolvidos e nos debruçarmos em ações que possam melhorar os indicadores valorização e formação profissional.


Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

A importância do Esporte escolar


Texto escrito por José Martins Freire Júnior 

Atualmente, o esporte possui lugar de destaque no âmbito escolar, pois além de ser, em muitos momentos, o conteúdo central da EFE, ainda possui um espaço reservado nas atividades extracurriculares. Ainda neste contexto, nota-se um forte discurso de que o esporte está ligado diretamente a uma melhor educação de crianças e adolescentes e, muitas vezes, assume um papel louvável sendo responsável por salvar pessoas das drogas e da violência (BASSANI; TORRI; VAZ, 2003). 

O esporte é um grande viés para a construção de uma vida saudável, longe de vícios, entretanto não é certeza que se a criança ou adolescente praticarem atividades esportivas estarão longe dos males do mundo, que por muitas vezes a droga, a violência, estão muito perto do meio em que vive. O que vem ocorrendo ao longo do tempo é a criação deste “mito”, que a inserção em um programa esportivo é a certeza de uma vida correta e saudável, se não tornar um atleta certamente será um cidadão do bem.

Dória e Tubino (2006, p. 78), em defesa do esporte vão além, pois relatam que a prática esportiva:

[...] vai além de evitar o envolvimento de crianças com o crime e as drogas, que confere aos participantes melhoria real na qualidade de vida e proporcionar condições de saúde, tudo isso associado ao livre exercício da criatividade através do esporte.

De acordo com Vago (1996), o esporte foi se consolidando como prática cultural recorrente na sociedade moderna que avançou para dentro da escola usando seus espaços, seus componentes educativos e, assim, concretizou-se como conteúdo da educação física escolar, no entanto é necessário que haja uma prática escolar de esporte específica que tenha objetivos claros e diferenciados do esporte vivenciado fora do ambiente escolar. É preciso tomar cuidado, pois a instituição esportiva possui uma maior expressão e assim pode acabar determinando as ações que devem ser realizadas dentro das aulas de educação física escolar.

De acordo com Barroso e Darido (2006) o esporte é um fenômeno cultural e que está enraizado em nossa sociedade, portanto deve- se fazer presente em vários locais, entre eles na escola. No entanto é necessário também, ter certo cuidado ao ensiná-lo, pois como é sabido o ambiente escolar sofreu e sofre influências de acontecimentos externos, e o esporte desde o momento que passou a ser parte deste local segue no mesmo caminho, a ponto de em alguns momentos da história a prática esportiva ser tornar o único conteúdo a ser ministrado. 

É conspícuo que a escola atue em todos os conteúdos, inclusive no esporte, mais ainda, que as atividades a serem ensinadas não devam ser desenvolvidas com um objetivo voltado apenas a sua prática, necessita que seja um meio para a formação dos alunos tendo como eixo norteador uma pedagogia para a autonomia (BARROSO; DARIDO, 2006).

Guimarães et al (2001) argumentam que a educação física, como outras disciplinas, possui significativa responsabilidade em relação ao processo de formação das crianças e adolescentes, no desenvolvimento dos valores e atitudes positivas para uma vida em sociedade. Estes aspectos devem fazer parte dos conteúdos de ensino e cabe ao professor organizar e coordenar esta formação durante as aulas de educação física escolar. Para isto, é fundamental um planejamento prévio para tornar todos os momentos educativos, proporcionando aos alunos reflexão e discussão sobre os fatos ocorridos nas aulas.

A escola deve buscar ser um espaço democrático que tenha a possibilidade de ofertar uma pedagogia direcionada à cidadania, que assim como a educação a cultura corporal de movimento também é um direito de todos. 

Sendo assim é crucial que sejam dadas condições para que os alunos possam conhecê-la, reconstruí-la e transformá-la, porém, isso é tarefa para o professor que irá identificar e assim ofertar as inúmeras possibilidades de conhecimentos relacionados a cultura corporal de movimento. A partir disso, excluir das aulas de educação física escolar o esporte como instrumento de simples repetição de movimentos e tê-lo como um importante instrumento pedagógico que auxilie na formação de cidadãos que reflitam sobre os valores e atitudes (BARROSO; DARIDO, 2006).


O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC e da UNISAL de Lorena.


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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Jogar bola ou jogar futsal?


 

Texto escrito por Gabriel Silva

O que irá diferenciar estas duas práticas são as maneiras e as estratégias que o profissional do esporte desenvolve em seus ambientes de atividades. O ato de “jogar bola” está relacionado mais há um lazer e descontração, de modo que aos que participam praticam na maioria das vezes por prazer e por gostar. Sem aquelas responsabilidades táticas e técnicas.

Já, “jogar futsal”, remete a uma abordagem tecnicista, da qual consiste no profissional aplicar a modalidade seguindo rigorosamente suas peculiaridades e desenvolvendo em abundância principalmente aspectos táticos e técnicos.

No livro “futsal: e as descobertas do menino Gael”, em produção, o professor Damasco explica a seus alunos que para jogar futsal não precisa necessariamente ser em auto nível, mas é a partir dos estudos e aprendizados que se iniciam os conhecimentos de forma mais aprofunda nesta modalidade.

Entretanto, o esporte mais que praticar pelo desempenho também pode ser utilizado como ferramenta de Educação, socialização, respeito, e tudo isso se dá na maioria das vezes jogando bola, ao invés de se “jogar futsal”.

É o profissional, que pode ser o encarregado de resgatar atividades que no decorrer dos anos foram se perdendo e continua reduzindo. O famoso “golzinho” jogado 1 contra 1, dois contra dois, três contra três, “linha”, “rebatida” e “centroavante”. Todas estas atividades estão presente no “jogar bola”. Além de ser acessível a diversas realidades da qual o esporte é inserido: escolas, projetos sociais, clubes, é também uma possibilidade para apresentar a modalidade de uma maneira lúdica e mais divertida aos que praticam. 

Até em equipes de alto rendimento se utilizam o “jogar bola” em seus cronogramas de treinamento. No tradicional “rachão”, quando ocorre até dos próprios profissionais atuarem juntos a seus atletas/alunos. Tudo isso é importante para construir um ambiente coletivo saudável. 

Vale ressaltar que não existe um melhor modelo de aplicar o futsal, ou alguma outra modalidade que seja. São apenas propostas diferentes que dependendo do objetivo uma caberá mais que a outra. Marquinhos Xavier, atual técnico da seleção brasileira de futsal, relatou em seu livro Futsal: da formação ao alto rendimento (2017) que: “a diferença entre o remédio e o veneno está na dosagem”, ou seja, o que é ideal a uma realidade pode ser prejudicial a outra. Com isso, refletimos que o esporte deve ser sempre analisado pelo profissional para melhor entender e compreender o que seu público mais precisa. Uma prática voltada ao lazer ou ao tecnicismo? Geralmente o mais indicado é o equilíbrio entre os dois, mas não é uma regra.

Portanto, com a menção das principais diferenças destas duas práticas que embora as vezes não sejam perceptíveis ao profissional, a mensagem que trazemos é que dependendo da maneira que o esporte for apresentado poderá tanto promover sentimentos de identificação quanto desgostos dos educando a modalidade especifica. Mais importante que aplicar o futsal é saber como o aplicar. 



Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP.

Gabriel.sv.ubatub@hotmail.com


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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Jogos esportivos coletivos: o prazer de aprender jogando


Texto escrito por Igor Moreira

Wilton Santana, no artigo No jogo, o prazer e a eficácia do treino, traz a ideia do ensino a partir do jogo como método de treino para o futebol, partindo do entendimento que o jogo gera prazer e o prazer pode produzir um trabalho eficaz. Nesse texto faremos um diálogo com Santana, com propósito de acrescentar mais elementos nessa discussão e adentrando ao campo dos esportes coletivos em geral. 

O referido autor busca em Jean Piaget, o conceito de que “a afetividade é o combustível para a inteligência”, reinterpretando Piaget, ele diz que a afetividade, corresponde ao interesse, ou seja, “o interesse é o combustível para a inteligência”.

A inteligência aqui engloba várias possibilidades, dentre elas a corporal, que pode ser exemplifica na melhora da posição corporal vantajosa, algo valorizado por Pep Guardiola. 

Despertar o interesse dos nossos alunos, exige de nós docentes a busca de atividades que façam os discentes sentirem- se felizes; a eudaimonia aristotélica.  A felicidade é o momento que se vive e se deseja que não tenha fim, situação única, esse sentimento dentro do jogo se manifesta quando se está em estado de jogo, conforme nos ensinou Scaglia.   

Estar em estado de jogo, é se envolver por completo na atividade realizada, buscando o máximo empenho, e aqui não confundir empenho com desempenho. Quando busco empenho, busco ser melhor que era há dez segundo, pois não sou o mesmo que era dez segundos antes. 

O aluno em estado de jogo, vive intensamente o momento, não quer que a aula/ treino acabe, isso segundo Santana (2020), gera o interesse e o interesse   é o combustível da inteligência. Mas como levar os alunos a esse estado? 

Em nosso entendimento, com base em diversos autores, dentre eles Santana (2020); Scaglia (2020), o ensino dos esportes coletivos deve ser a partir do jogo, o jogo sendo sistema complexo, onde diferentes situações ocorrem simultaneamente, como por exemplo: ações técnicas, táticas, psicológicas, a imprevisibilidade, dentre outros elementos que constroem a complexidade.

O jogo com suas variáveis o faz ser prazeroso, e nós enquanto professores, devemos estimular esse prazer, como aulas/ treinos que o jogar esteja presente a todo momento, e não diluir em repetições monótonas de movimento, atingindo de forma descontextualizada apenas um elemento do esporte.

Perante ao dinamismo que é o jogo, aulas/ treinos devem dialogar com complexidade que é inerente a essa atividade. Freire (1996) sobre a divergência das ações que ocorre no jogo e que se faz nos treinos, descreve que querem ensinar o esporte de forma fragmentada, e depois juntar todas as partes para constituir um todo. O autor entende que as habilidades específicas são aprendidas, mas o jogador fracassa quando jogo começa, justamente porque o esporte contém mais elementos do que o gesto motor. Dito de outra forma, nessa perspectiva descrita por Freire, o treino não coaduna com a lógica interna da modalidade. 

Quando a criança, o adolescente busca o jogo, ela quer jogar de forma intensa, prazerosa; isso é gerador de felicidades, momentos felizes levam ao empenho, consequentemente ao interesse, sendo o interesse o combustível da inteligência, ansiamos então que nossos alunos joguem. 

Precisamos despertar nossos alunos para subversão, subversão não é contravenção, subversão no sentido de fazer algo a mais do que o rotineiro, que o comum, estimular o drible, o passe de efeito, o lance mágico. Buscar o oposto da robotização, propiciar aos alunos que se aventurem a esse mundo fantástico, para que no término da aula/treino se sinta transformado pelo jogo, reafirmando o entendimento que o interesse é o combustível da inteligência, atendendo aquilo que Garganta (1995), já nos ensinou em longas datas, “precisamos formar alunos cooperativos e inteligentes”.

Destarte encerramos o texto concordando a ironia de Santana (2020, s/p.) quando diz “se você ensina pelo jogo, o seu jogador corre o ‘risco’ de aprender a jogar”. 


O professor Igor Moreira é mestre em Políticas Sociais e docente no curso de educação física da Escola Superior de Cruzeiro - ESC. 


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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

A Iniciação Esportiva em foco

 


Texto escrito por Téo Pimenta

A Sociedade Brasileira de Pediatria indicou que sete anos seria a idade ideal para se iniciar no esporte, embora, sabemos que há modalidades que inicia a criança  muito antes disso, porém, não estamos interessados em bater o martelo em qual idade seria a ideal para a criança se inserir no esporte, mas sim, a forma como se dá esta entrada no esporte. 

Na verdade seria necessário pensar na entrada e permanência no esporte, cumprindo todas as etapas do processo, assim, tornando-se um adulto ativo, porém está é uma outra história, um tanto quanto complexa porque envolve outros fatores. Voltamos ao nosso questionamento, refletindo alguns pontos para que possamos entender os fatores limitantes e potencializadores da permanência das crianças no esporte, da forma mais saudável possível, especialmente na iniciação esportiva, momento que entendemos ser crucial para a permanência no esporte.

Uma dos principais limites para a permanência no esporte, que temos que ter uma devida preocupação seria com relação a especialização precoce, que causa sérios danos individuais e para o esporte. Algumas experiências relatadas por profissionais do ensino do esporte apontam que há uma possibilidade dos indivíduos adquirem uma limitação motora, poucos experiências corporais, restrição na construção de um vasto vocabulário motor, desmotivação e evasão das práticas esportivas. 

Seria pertinente intensificar o debate sobre as ações dos professores inseridos no ensino do esporte para que possibilitem a obtenção de intervenções mais eficazes e qualitativas relacionadas ao ensino nestes contextos, para que possam aumentar expressivamente a diversificação das experiências motoras das crianças e que estas vivências possam ser bem-sucedidos e saudáveis no contexto esportivo. 

As atenções deveriam ser voltadas ao planejamento das ações pedagógicas que rompam com a reprodução de atividades descontextualizadas com o universo da criança, desta forma, poderia surtir um efeito positivo na permanência das crianças. Deve-se inserir as crianças no seu universo lúdico e lhe proporcionar prazer, seria pertinente adotar estas estratégias para o ensino do esporte. Procurando desenvolver e construir atitudes necessárias para a condução de intervenções voltadas para crianças, evitando momentos de desmotivação e evasão das atividades esportivas, o fato é, se as crianças não gostarem das atividades sugeridas, não haverá desejo de permanecerem no esporte.

Uma ênfase na execução do movimento técnico perfeito não seria algo prioritário, em especial na etapa da iniciação esportiva, embora muitos professores adotem tais práticas, no entanto, o que observamos no cotidiano das práticas são atividades que exacerbam o desenvolvimento técnico nesta etapa do ensino, as consequências seriam momentos de monotonia e desmotivação por parte dos participantes das atividades. Não queremos incorrer no erro de generalizações, é óbvio que há muitos professores buscando práticas pedagógicas diferenciadas e prazerosas na iniciação esportiva, procurando por aperfeiçoar suas competências pedagógicas. 

Cabe ressaltar, em iniciação esportiva devemos respeitar a vontade da criança, observa-se que em muito dos casos os pais direcionam seus filhos a prática esportiva a partir dos seus desejos, por exemplo se é praticante de futebol encaminha a criança a esta atividade, sem uma devida consulta a criança, não há uma conversa sobre se há uma vontade ou desejos da criança. Antes de tudo, os pais devem respeitar o direito de escolha da criança. Neste caso, a motivação tende a ser maior se partir da decisão da criança querer participar de uma determinada prática esportiva. Seria um bom começo e poderia gerar uma motivação necessária. Além do mais, os pais não podem pressionar as crianças, cabe a eles torcerem e incentivá-las. 

Cabe ao professor o papel fundamental de orientar a criança neste processo e observar o desenvolvimento infantil. A criança tem que ser vista como o elemento central de todo o processo de ensino e aprendizado no esporte. Deve-se promover atividades vinculadas as estratégias lúdicas tendo o brincar com o cerne da construção do conhecimento infantil. Assim, a partir dos estímulos a criança terá a oportunidade de se desenvolver de forma natural. Quando a abordagem for a partir desta perspectiva, o modelo de método para a iniciação esportiva apresenta o professor, com todo o seu conhecimento e experiência, como um mediador do conhecimento e suas intervenções, que serão refletidas, dialogadas, planejadas e organizadas, um fator potencializar e que contribuirá para o desenvolvimento da criança. 

Estimular as crianças ao esporte constitui-se como um dos grandes desafios do professor de educação física. Refletindo dentro desta lógica queremos cada vez mais crianças inseridas e motivadas na pratica esportiva. Assim, damos nossa contribuição aos desenvolvimento do esporte e podem aumentar as chances de uma maior permanência das crianças nas práticas esportivas.

Por fim, deixamos um questionamento do prof. Enrique Cimaschi (2019) pertinente a esta reflexão “do que adianta termos campeões no sub 10, 11 ou 12, se no sub-15 muitos destes não estarão mais dispostos a participarem de competições esportivas”. 


Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


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