Texto escrito por Téo Pimenta
Num passado recente, antes dos Jogos Olímpicos realizados no Brasil (Rio-2016) a realidade brasileira com relação à educação física, conforme o Censo Escolar de 2013 demonstrou que 32% das escolas da rede pública de ensino fundamental possuíam quadras, esta porcentagem aumentava em 57% na rede privada e respectivamente, nas nas escolas de ensino médio, 75,5% na rede pública e 81% na rede privada. Demonstrando o desinteresse brasileiro pela educação física, e após os Jogos Rio-2016, o que mudou?
Neste mesmo período a imprensa brasileira se viu na obrigação de observar a realidade da educação física e do esporte em potencias como: Inglaterra, Estados Unidos e Japão e realizar comparativos. E observaram estruturação, organização do trabalho e metodologia na práticas da educação física e esportivas.
Pensamos em projeto esportivo associado a educação, não substituindo a educação física pelo esporte, muito pelo contrário, seria utilizá-lo como uma atividade extra-curricular, destinando o aumento carga horária para a prática esportiva. Cabe ressaltar que o modelo da educação física escolar brasileira, tem como característica apresentar uma gama de atividades da cultura corporal. Sendo assim, o esporte é tratado como um dos conteúdos a se apresentar aos alunos nas aulas. Desta forma, os projetos que utilizaram exclusivamente do esporte, podem ser incorporados nas escolas de tempo integral, assim, incorporando os bons e bem sucedidos exemplos apresentados pelas grandes potencias esportivas mundiais. Dos quais seguem abaixo:
Na Inglaterra os alunos realizam uma média de 6 horas de educação física semanais, a média mundial é de aproximadamente 2 horas semanais, inclusive no Brasil. Nos anos 80 e 90 a Inglaterra não valorizava a educação física e a partir de pesquisas realizadas por instituições como a Sport Impact identificaram que o esporte poderia ser utilizado na prevenção de doenças, melhora na qualidade de vida e intervenção na violência. Um grande exemplo apresentado pelos ingleses é a escola Millfield que possui uma estrutura fantástica e uma metodologia que privilegia as práticas esportivas. Em sua história formou 68 atletas entre olímpicos e paraolímpicos e conquistou 12 medalhas olímpicas para o Reino Unido.
Nos Estados Unidos os alunos entre 6 e 10 anos realizam aproximadamente 150 minutos e os de 11 aos 17 anos aumentam para 225 minutos semanais de educação física, esta legislação federal é seguida por 38 dos 50 estados norte-americanos. Outro ponto a se destacar são uma presença de voluntários, que tem a função de desenvolver e conduzir as equipes escolares nos seus respectivos jogos e competições locais, regionais e nacionais. O ex presidente norte-americano Barack Obama disputou competições escolares de basquete e grandes líderes destacam a importância do esporte na formação humana das pessoas.
O Japão destina 3 aulas semanais de educação física nas escolas da educação básica e possibilita a adesão aos alunos, a partir dos seus interesses de se inscreverem em programas de práticas esportivas extra-escolares, somando mais duas horas de atividade física, estas atividades extra-escolares são conduzidas por professores da própria escola. Outro projeto de destaque realizado pelos japoneses são as palestras e oficinas com os atletas olímpicos nas escolas, programa que tem como intenção incentivar os alunos da prática esportiva.
Estas são algumas das propostas e exemplos das grandes potencias mundiais, na última Olimpíadas realizada no Brasil em 2016, os Estados Unidos obteve a 1ª colocação e conquistou 121 medalhas, o Reino Unido ficou em 2º colocado e o Japão em 6º colocado. Exemplos que podem nos auxiliar na reflexão e construção de propostas para o desenvolvimento do esporte brasileiro. Ressaltamos que o esporte, mundo a fora, se constitui como um elemento, real, que contribui para formação humana, conforme constatado nos seus resultados tanto esportivos quanto sociais.
Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE.
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