segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Boas Festas e Feliz 2021

 

 

Neste ano de 2020, que está chegando ao fim, foi um ano de muitas adversidades, dificuldades e principalmente de muito aprendizado. Em março, com o início da pandemia, não sabíamos como remontar nossa estrutura, que é essencialmente presencial, que chegamos a conclusão que não abriremos mão do nosso formato, mas, é certo que iremos repensar algumas das nossas ações futuras.

Entendemos que a alternativa do remoto/digital seria a melhor opção para o momento, apostamos, pois tínhamos que continuar desenvolvendo o nosso trabalho de forma segura, sem colocar vidas em risco, assim, sem entender do que se tratava o formato digital/remoto, migramos com a esperança de contribuir para a formação dos profissionais do ensino do esporte, assim, continuar desenvolvendo o nosso trabalho, foi um grande desafio.

E saldo do desafio foi positivo, neste ano criamos o Blog do IEVALE em abril e atingimos 100 publicações de artigos, planejamos diálogos que resultou em oito maravilhosas lives com especialistas, realizadas entre os meses de maio e junho, por fim, na primeira quinzena de setembro realizamos de forma remota a nossa II Jornada da Pedagogia do Esporte, evento que reuniu 11 especialistas que debateram e discutiram de forma intensa o ensino do esporte. Todas essas produções estão registradas e encontram-se disponíveis em nossas redes sociais.

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Ressaltamos foi um ano de muitas dificuldades e sofrimento para todo o mundo. Seguiremos nos esforçando para continuar com a nossa proposta de contribuir com debates, discussões e diálogos qualitativos e pertinentes ao ensino do esporte, sem saber se será presencial ou remota/digital, mas com a certeza que iremos continuar buscando caminhar lado a lado dos profissionais que buscam ser competentes e excelentes no ensino do esporte.

Por fim, gostaríamos de aproveitar para agradecer, imensamente, todos que acreditaram e apoiaram no nosso trabalho, vocês foram e são fundamentais para continuarmos motivados na buscar pelo avanço das propostas, planos, projetos, estruturas, métodos e técnicas de ensino do esporte.


Boas festas e um feliz 2021 a todos!


O Instituto Esporte Vale atua na formação de profissionais competentes para o ensino do esporte. 

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Acreditamos no poder transformador do esporte.

O papel das Escolas de Esportes na formação da criança

 


Texto escrito por Elcio Júnior

Com o crescimento das cidades, ocorreu uma grande perda para nossa sociedade sendo nossas crianças e jovens os mais prejudicados, pois este desenvolvimento fez com que acabassem os espaços como campos de várzea, ruas tranquilas, praças entre outros lugares onde se constituíam vários atletas para o esporte brasileiro.

O aumento da violência nas últimas décadas é um fator que também contribuiu de forma muito significativa para que gerações posteriores a década de 80 não tivessem a oportunidade de jogar bola e brincar na rua, com um grande aumento de horas à frente da televisão, vídeo game, computadores e atualmente dos celulares (REZER, 2006).

Com esses espaços perdidos e com poucas possibilidades, surgem as Escolas de Esporte, com o objetivo de preencher de uma maneira educativa e recreativa, o vazio que ficou no processo educacional de nossas crianças e jovens (MOTTA, 2001).

O profissional que está a frente de uma Escola de Esporte, precisa entender que o grande desafio do trabalho é proporcionar a vivência esportiva para o maior número de crianças possível e não ficar preso na busca pelo resultado, que fará com que o processo seja excludente e muitas vezes traumático para a criança. 

A busca por resultados em uma única modalidade deve ser algo pensado no futuro, quando o objetivo for a formação de atleta, pensar de uma maneira equivocada, antes do período adequado, faz com que o processo de iniciação esportiva deixe de pensar no que realmente se faz necessário no primeiro momento como o desenvolvimento de fatores como companheirismo, participação, autonomia, criatividade, além da obtenção de uma boa base motora.

Segundo Arena e Bohme (2000) a promoção de atividades esportivas com crianças indicam que o profissional que trabalha com esse público necessita compreender que começar cedo no esporte não é necessariamente começar precocemente o treinamento e a competição regular de uma única modalidade. Pelo contrário, o início da prática esportiva generalizada de diferentes esportes é um aspecto positivo, no sentido de que a preparação esportiva do jovem deve ser um processo permanente de longo prazo. Uma formação esportiva iniciada nos primeiros níveis de escolaridade, desenvolvida por professores de Educação Física preparados, e tendo como principal objetivo o desenvolvimento global e harmonioso da criança, o respeito à individualidade biológica, o conhecimento das particularidades de cada modalidade esportiva, se constituem pressupostos imprescindíveis não apenas para o desenvolvimento ideal como também para a criação de condições ótimas  para o rendimento de alto nível.

A prática pedagógica em Escolas de Esportes necessita ser direcionada para um rumo que as crianças sejam tratadas como crianças, e não como mini atletas. Cumpre estabelecer uma diferença de procedimentos em relação ao esporte de alto nível e ao esporte para crianças (não apenas adaptativo), de maneira que o mundo adulto seja percebido apenas como referência, os conteúdos, processos e meios sejam diferentes não apenas na intensidade, mas também na essência e na profundidade do comprometimento com um projeto que a construção de situações que contribuam com a formação de um ser humano competente, crítico e responsável (REZER; SHIGUNOV, 2004).

Segundo Filgueira (2006) o jogador de qualidade é aquele que vivencia um número enorme de possibilidades e, para cada situação do jogo, ele encontra a melhor. O jogador de hoje tem poucas possibilidades, impostas por rotinas exaustivas e limitadas, portanto, formando um jogador de pouca qualidade, o que torna o jogo de menor qualidade com movimentos estereotipados, sem qualidade. Por isso, estamos cada vez mais frequentemente vendo jogadores de baixo nível técnico e equipes de péssima qualidade.

Para as crianças terem uma vida esportiva prolongada chegando ao esporte de alto rendimento, torna-se necessário que suas experiências motoras e de iniciação esportiva sejam positivas, tanto do ponto de vista psicomotor quanto das dimensões afetivas, sociais e cognitivas.

Todos esses aspectos citados anteriormente nos levam a repensar da prática  de iniciação esportiva em Escolas de Esporte, visando despertar na criança o gosto pela prática esportiva e consequentemente pela atividade física, utilizando-se de uma metodologia que considere o esporte em sua forma global, que busca autonomia do aluno em seus atos e decisões, em harmonia com o desenvolvimento integrado e simultâneo das capacidades coordenativas técnicas, físicas sociais e psicológicas (GRECO; BENDA, 2001).

Enfim, as Escolas de Esportes precisam entender o verdadeiro sentido do processo de iniciação esportiva, não deixando o esporte ser pensado, praticado e ensinado com vantagens e privilégios concedidos a poucos e exclusão de outros, ou seja, é direito comum de todos terem uma formação esportiva rica e repleta de possibilidades.


O professor Elcio Júnior é especialista em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo (ESC); Treinamento Desportivo (CEFIT); e Treinamento de Força e Musculação (CEFIT). Coordenador de Esportes do Clube Comercial de Lorena. Coordenador da Pós-Graduação em Ciência do Esporte (UNIFATEA/SPORT TRAINING) Lorena; Docente no curso de Educação Física no UNIPLAN.


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domingo, 20 de dezembro de 2020

A Geografia e o Esporte – A serviço do poder

 

Texto escrito por Rogério Ribeiro

Nascida, criada, idealizada no século XIX com a função de servir ao “Estado“ como forma de manter o “status quo“, este inicialmente germânico, a ciência geográfica foi moldada por ideias, projetos, metas de um século marcado por conquistas tanto no plano ideológico, como no plano territorial.

Qual o papel da Geografia hoje, em pleno século XXI, passado mais de duzentos anos de seu nascimento?

Moldada para servir ao Estado, com o papel de dominar outros povos, seja através do uso militar, buscando o “ espaço vital “ colocado por Ratzel, ou  através da tecnologia, buscando o “gênero de vida“ de Paul Vidal de La Blanche, a Geografia, independente de suas diversas faces, nunca deixou o cenário de conquistas, estando sempre alerta à convocação do Estado.

O espaço vital, como mencionado acima, idealizado por Ratzel, um dos principais integrantes da velha guarda da Geografia, foi emergido na época em que o Estado germânico mantinha suas tropas militares em busca de territórios vizinhos, na alegação que um “Estado só é forte, quando possui terras“, ou seja, o mesmo é essencial para a manutenção do poder. A estratégia de como dominar o inimigo, o melhor caminho, o momento ideal e o melhor ponto, faz da Geografia a ciência fundamental na busca de um novo território, ou seja, na busca do espaço vital.

O gênero de Vida colocado por Vidal de La Blanche, considerado o “pai“ da Geografia Humana, situa-se no mesmo caminho, não tanto pelo uso militar, mas, principalmente pelo uso da tecnologia, do modo de vida, dos costumes, entre outros, como forma de imposição, na busca de um novo gênero de vida.

Dentro desse contexto, o Esporte representou e representa uma ferramenta fundamental para os Estados Nações conquistarem seus espaços vitais e gêneros de vida, seja no aspecto positivo ou negativo. Quando nos deparamos com os campeonatos mundiais e, principalmente com as Olimpíadas, considerado o maior evento esportivo do planeta, temos uma clara nitidez do projeto de domínio proposto pelas principais nações desenvolvidas e emergentes do Mundo.

A disputa por medalhas se entrelaça na disputa por poder, ou seja, a disputa política de um Estado sobre o outro, muitas vezes esquecendo o “Espírito Olímpico“ que deveria se ao principal bandeira das olimpíadas.

Durante a ordem mundial Bipolar e o período da Guerra Fria (1945-1989) essa disputa ficou ainda mais presente e acirrada, onde verdadeiras “máquinas esportivas“ eram criadas nos laboratórios das Universidades, com o objetivo de disputarem os campeonatos mundiais e, assim projetarem politicamente e esportivamente as potências no cenário mundial. Quantos esportistas foram garotos propaganda do Capitalismo e do Socialismo.

A derrota de um atleta representante de uma potência mundial (capitalista ou socialista) era uma “ vergonha “ para o país, demonstrando sinal de fraqueza, empenho ou simplesmente, competitividade. Diversos atletas sofreram verdadeiras humilhações em seus países, enquanto outros, tornaram-se verdadeiros heróis durante o período da Guerra Fria.

Atualmente com a “nova ordem mundial“, ou desordem, como dizem alguns analistas, não temos mais o Mundo dividido em torno de dois polos de poder, mas sobre diversos países e megablocos políticos e econômicos. Não temos mais o Mundo Socialista. Hoje vivemos sobre o espectro das características do Capitalismo. Diante desse contexto, a disputa mundial ficou dissolvida entre várias nações. 

Essa multipolaridade demarcou um conjunto de transformações  e reorganizou as condições de competição no cenário mundial. Porém, a busca e o domínio do espaço vital e o gênero de vida ainda continua. As principais nações desenvolvidas e emergentes do Mundo disputam cada fatia territorial e humana da superfície terrestre e, o Esporte continua sendo, mesmo em menor escala, como uma ferramenta e um braço das potências nos objetivos dessa conquista.

É preciso que a Geografia e a Ciência Esportiva, atrelada de forma direta ou indireta ao Estado Nação, busquem junto às demais Ciências, uma forma, um caminho, que faça o Homem viver melhor, pois este é o papel da Ciência no Mundo.


O professor Rogério Ribeiro é graduado em Geografia pela UNISAL, graduado em Pedagogia pela UNINOVE, graduado em Gestão Pública pela Kroton e pós-graduado (latos sensu) em Geografia pela UNISAL.


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sábado, 19 de dezembro de 2020

Competição e Formação nas categorias de Base do futsal/futebol e suas divergências


Texto escrito por Rodolfo Zanin

Atualmente nas categorias de base do futsal e futebol, podemos ver uma certa ansiedade, onde o vencer tende a vir, a qualquer custo e como prioridade, por parte dos profissionais, pais e gestores de clube excluindo em algumas situações a formação. Claro que ganhar é importante para a criança e para visibilidade de quem desenvolve o trabalho e para a instituição ligada, pois ninguém executa nenhuma ação ou um projeto sem um objetivo prévio de conquistas, mais o que iremos discutir aqui é a forma como se ganha e onde estamos chegando atualmente, e o que nós como profissionais da área de esportes (Futsal/Futebol), que somos influenciadores direto na formação de uma criança estamos entregando de resultado a sociedade e modalidade.

Quando o assunto é competição devemos levar em conta o aspecto humano pois somos em essência competidores desde da corrida pra ovulação dos espermatozoides, onde só teremos um vencedor. Fazendo uma ligação com a vida animal temos a competição nata também, onde na África todos os dias ao nascer do sol um leão para se manter vivo precisa se alimentar e com isso o mesmo precisa ser mais rápido que uma zebra e captura-la para realizar a sua primeira refeição do dia e a presa zebra ao mesmo tempo tem a dura missão de participar deste processo em busca da vitória, pela manutenção da sua existência e de dar sequência em suas gerações como o leão também. 

O que quero citar comparando os fatos acima é que a competição é essência seja na vida humana ou na vida animal, mais nós seres humanos como seres racionais, devemos equilibrar o teor competitivo na nossa vida. 

Mas agora voltando ao tema principal que é a competição e formação, nas categorias de base do futsal/ futebol devemos dar prioridade somente a competição? Ou doses do grau importância de competir para que tenhamos êxito na formação?

Segundo Leite: o primordial nas categorias de base é a identificação do âmbito social e da faixa etária envolvida no trabalho, onde a metodologia e intensidade de cobrança por resultado devem variar para que competição e formação sejam aliados. 

O que de fato é visto hoje, nas categorias de base no nosso país é a divergência entre as ideias e ações de profissionais (técnico/ staff) que executam o trabalho e gestores (coordenação/direção) onde podemos citar vários problemas que atrapalham o processo de formação e o entendimento do verdadeiro valor da competição na  formação. 

Para Monte o atleta na formação precisa entender o valor da competição e que podemos sim como profissionais, traçar um caminho para se formar vencendo.

Um dos problemas a serem citados e a falta de tempo e o modo execução no desenvolvimento do planejamento algo que o Brasileiro em si, tende a ter dificuldade ao executar, pois exige uma disciplina e recreação de ideias sem perder o objetivo inicial do que foi proposto. 

No âmbito do desenvolvimento do trabalho, o profissional que executa muitas vezes falha neste processo devido a pressão pelo resultado imediato, falta de estrutura em algumas situações,  pelo próprio ego só em vencer para que se alcance uma maior visibilidade profissional e fatos como estes citados atrapalham em muito o desenvolvimento de atletas, pois em alguns casos, o que se é aplicado como metodologia dentro do planejamento de treino, está fora da realidade da faixa etária e da necessidade real da criança em se desenvolver tratando o assim como um mini adulto.

Devido à alta carga de informações encontradas atualmente nas redes sociais muitos dos profissionais buscam como forma de atualização de metodologia de trabalho, em cursos e vídeos como atividades aplicadas em locais longe da sua realidade, e aí que mora o grande problema, pois temos a dificuldade de organizar ideias e estruturar o que aprendemos ao que necessitamos, pois o treino da equipe x muitas das vezes pode ajudar ou não o trabalho, porque falo isto, pois a realidade de necessidade dos atletas envolvidos são diferentes, deixando bem claro que os vídeos são de grande valia mas será que estamos organizando e aplicando da maneira correta. Pois querendo ou não, é um ponto direto que pode ser prejudicial na formação.

Atrelado aos fatos anteriormente podemos complementar a discussão, com a questão cultural, nosso país só é prestigiado o vencedor (campeão). Muitos pais que em muitas vezes buscam o imediatismo do resultado pois querem o sucesso do teu filho a todo custo ou até a realização de um sonho seu, pessoal, em cima da vida da criança. Fatos que acabam por causar uma bola neve em torno da vida e do desenvolvimento da criança.

O ex-jogador de futebol Alex, em entrevista neste último ano de 2020, no instagram do grande professor Paulo Cesar de Oliveira, citou que trata como primordial a formação e o desenvolvimento da relação com a bola do filho dele, ocasionado assim uma despreocupação sobre o fator prioritário de ser campeão na base, um dos poucos casos visto na atualidade relacionados a pais de atletas. 

Vaz cita que professores/treinadores, devem ser agentes transformadores e ensinar/ treinar o ser humano em sua integridade. Entretanto creio que tanto a competição quanto a formação, não podem ser taxadas uma mais importante que a outra e sim devem ser aliadas no processo de vida da criança como atleta e como pessoa, o que pode colaborar para que este processo seja de forma mais sensata, é um melhor entendimento das ações, planejamentos e da forma que é repensado as estratégias por partes dos gestores e professores. 

E claro um diálogo sensato para que os pais colaborem no percorrer deste caminho. Pois diferentes de outros países temos dado passos atrás no quesito de descoberta de novos talentos na modalidade e na entrega de seres humanos com valores e autocríticos a sociedade, devido à falta de sensibilidade e gestão destas duas vertentes, temos como exemplo a Alemanha de 2014 que mudou sua forma de fazer e pensar o futebol e colheu os frutos na copa de 2014, tendo 6 (seis)  atletas da equipe campeã mundial passando pelas seleções de base até chegar à seleção principal.

Contudo precisamos reciclar a ideia brasileira que sempre pensa no próximo jogo ou no próximo campeonato e traçar planos que entreguem novos talentos no esporte e na vida. E claro continuar discutindo ideias e formas de se fazer o futebol/futsal na base é o primeiro passo. 


O professor Rodolfo Zanin é bacharel em Educação física, pós-graduado em Futebol e Futsal e Técnico da categoria sub 12 do Grêmio União Futsal (Pindamonhangaba).


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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Natação na pandemia: um caminho metodologicamente possível

 

Texto escrito por Rafael Espíndola

A natação representa um valioso instrumento que vai ao encontro das necessidades fisiológicas e sociais dos praticantes. Uma prática esportiva que possibilita o trabalho em diferentes segmentos, desde a iniciação (massificação) até o alto rendimento (competição). 

Neste contexto, verifica-se que as diferentes abordagens no ensino da natação possibilitam um amplo número de caminhos para a sua prática e consequências na saúde do praticante. Tais caminhos facilitam aos alunos o acesso ao aprendizado. Cada aluno em sua individualidade, buscará percorrer um dos caminhos oferecidos. Esta condição de trabalho vai ao encontro do que Howard Gardner (2000) apresenta na sua teoria das Inteligências Múltiplas: proporcionar diferentes maneiras para que o aluno efetive seu aprendizado. 

A Teoria das Inteligências Múltiplas considera as diferentes potencialidades do ser humano por meio de 9 inteligências: Espacial, Musical, Lógico-matemática, Corporal-Cinestésica, Interpessoal, Intrapessoal, Linguística, Naturalista e Existencial. Diferente atividades esportivas estão vinculadas aos tipos de inteligências. 

A partir desta pluralidade de mente, Gardner (2000) considera que o ensino por meio de situações problemas/desafios possibilitam a manifestação das diferentes Inteligências. O esporte está pautado em desafios, em situações problemas que devem ser solucionadas, seja na quebra de um recorde ou na vitória contra uma equipe adversária. O desafio é uma palavra inerente do esporte! 

A prática da natação está atrelada aos potenciais da Inteligências Corporal-cinestésica, Espacial e Interpessoal. Vale ressaltar que a primeira está relacionada com o movimentos corporais, a segunda com a identificação de espaços e terceira com o conhecimento de si. 

Nesta perspectiva, pode-se considerar que o Lúdico desempenha um valioso instrumento para a elaboração de propostas pedagógicas para o ensino da Natação em tempos de pandemia. As brincadeiras representam caminhos possíveis para a aprendizagem dos fundamentos da modalidade a partir de situações problemas. 

A adaptação aquática e o aprendizado dos quatros nados (Crawl, Costa, Borboleta e Peito) podem, quando consideradas nesta perspectiva, possibilitar ao profissional de Educação Física, autonomia na criação e elaboração de propostas. Não existe um protocolo a ser seguido. 

Nesse cenário, é sabido que a prática regular de atividades físicas auxilia na manutenção de uma vida saudável, potencializando o sistema imunológico e o bom funcionamento do organismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendou recentemente cerca de 300 minutos de atividades físicas semanais. Porém estamos vivendo um período de pandemia que, por diversas vezes, impossibilita a prática dessas atividades. 

Embora o alto índice de contaminação do vírus covid-19, especialistas apontam que em ambientes como piscinas (sem aglomeração), não possuem o mesmo grau de proliferação. Isto é, a ação dos produtos químicos presentes na água combatem o vírus. Neste contexto, como pensar o ensino da Natação identificando o potencial de cada aluno? 

Os diferentes contextos e os conhecimentos dos alunos serão primordiais para a estruturação de atividades pautadas na ludicidade e situações problemas. Os diferentes caminhos, isto é, as diferentes maneiras para efetivar, por exemplo, o batimento de perna do nado crawl, realizado por meio de atividades lúdicas, que, somadas ao potencial de cada aluno, podem ser reconfiguradas em situações problemas a serem resolvidas. De que maneira meu aluno aprende? De que forma posso ensinar a respiração no ambiente aquático? Perguntas deste gênero são primordiais para a criação e reformulação de propostas pedagógicas. 

As contribuições de Gardner (2000) podem auxiliar os professores em diferentes modalidades esportivas, especificamente na Natação. Alguns pontos como: respeitar a capacidade individual dos alunos; identificar os caminhos facilitadores para sua aprendizagem e variar as formas de ensinar e avaliar são capazes de efetivar a aprendizagem de alunos e futuros atletas. 

Afinal, quem pratica natação ou outras modalidades esportivas também é Inteligente!  


O professor Rafael Espíndola é mestre em educação pela Universidade de Sorocaba (UNISO) e docente nos cursos de educação física na UNIPLAN (Guaratinguetá) e na Escola Superior de Cruzeiro (ESC).


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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

A Pedagogia do Esporte e sua quebra de paradigmas


Texto escrito por Luiz Henrique Jordão da Silva Reis

Vivemos numa sociedade onde a vitória é suprema e almejada independente do meio a qual se é conquistada, ora sendo por meio honesto, ora por meios desonestos. Por muitas vezes, lances como o do ex-jogador do São Paulo Rodrigo Caio, agora jogador do Flamengo, onde ele usou o fair play em uma jogada contra o atacante Jô, jogador do seu maior rival Corinthians, se torna cada vez mais enojadas.

E quando levamos esta perspectiva à iniciação esportiva, percebe-se em muitos casos, que há uma supremacia dos mais fortes, sobre os mais fracos. A intensiva busca pela glória torna-se para muitos alunos e iniciantes do esporte, uma experiência traumatizante e excludente, pois são deixados de lados por seus treinadores e professores e ridicularizados pelos seus colegas.

Mas com a pedagogia do esporte, mostra-se que é possível ensinar o esporte de forma que possa ser acessível a todos, não havendo exclusão, se perdendo o conceito de que o importante realmente é a vitória, independente do meio o qual essa vitória foi atingida. 

Expõe ainda que a cooperação e a competição, apesar de serem antônimos na língua portuguesa, podem ser aliadas no esporte. Pois sem a cooperação entre si dentro do time, fica impossível atingir o objetivo do gol/ponto. 

Garganta (1998) mostra a ideia de que existem dois pontos fundamentais dentro da identidade e importância do JECs - a cooperação e a inteligência, sendo essas definidas como: 

Cooperação: entre os jogadores de uma mesma equipe deverá existir cooperação para conseguir chegar à vitória e para cooperar devemos ajudar a desenvolver nos alunos um espírito coletivo de ajuda e colaboração entre si para que o objetivo de fazer o gol/ponto seja atingido. Os JECs se estruturam em ambientes muito favoráveis para que os alunos possam experimentar sua individualidade e suas respectivas características para que possam satisfazer os interesses pessoais e também os interesses da equipe. Freire (2011) reforça esta ideia ao afirmar que o esporte como “o jogo de quem é capaz de cooperar”, considerando a cooperação definitiva no esporte coletivo. 

Inteligência: a capacidade de adaptação a novas situações nas quais o jogo nos coloca, isto é, capacidade de interpretar e adaptar adequadamente aos diversos problemas e situações que ocorrem, durante o jogo de forma ampliada. (GARGANTA,1998) 

Logo, é possível que sejam trabalhadas a cooperação, inclusão e parte socioeconômica de seus alunos. E, além disso, o desenvolvimento do espirito coletivo pelo respeito mútuo e melhora do relacionamento interpessoal com os colegas de classe e time. Aumento significativo pelo apreço às regras, raciocínio rápido e logico pelas situações problemas propostos durante os jogos.

Galatti (2006) diz que a competição, quando tratada de forma adequada, sem valorização exacerbada, pode promover a alegria e o prazer de uma prática que nunca se repete, pois a incerteza presente neste fenômeno, como uma de suas características, pode atuar como um fator de motivação, despertando cada vez mais o interesse pelo esporte.

Galatti (2006) ainda afirma que o momento da competição é um espaço rico para vivência de valores de grupo socialmente desejáveis, tais como a convivência e o reconhecimento do outro, respeito pelas diferençam respeito pelas regras e enquanto um ser dotado de desejos, expectativas e méritos, tanto quanto o eu.

Corroborando, Betti (1997) fala que o professor de Educação Física poderia, em aulas com os alunos, sempre considerar a possibilidade de mudança, se mantendo em resistência contra os estereótipos. Ao invés de medalhas, a satisfação pessoal. Ao invés do esporte-trabalho, o esporte-lazer. Na linguagem das teorias culturalistas, é preciso procurar os espaços para se opor contra a hegemonia.

O esporte tende a ser um instrumento efetivo na aproximação entre pessoas, não somente na vitória sobre o outro em uma partida de futebol, mas sim, na mobilização de uma sociedade cooperativa, onde os problemas sejam levantados por todos e, neste sentido, a comunidade teria realmente um adversário a ser superado (ABRAHÃO, 2004).

Abrahão (2004, p.18) diz que o resultado de um jogo o aluno  esquece em semanas, já os valores vivenciados, através da prática esportiva, podem ser incorporados à sua personalidade. A competição exacerbada pode gerar uma ansiedade que muitas pessoas não conseguem superar, como pode ser uma alavanca no sentido do professor motivar o aluno para que se posicione e defenda sua opinião.

Logo, ensinar não é, e nunca será, tarefa simples e desprovida de responsabilidades. Ao ensinar tem-se o compromisso com o formar. Formar o cidadão que, para se superar e ser sujeito histórico no mundo, necessita desenvolver sua criticidade, sua autonomia, sua liberdade de expressão, sua capacidade de reflexão, sintetizando sua cidadania. Assim sendo, aluno/sujeito/cidadão, lapidado por quem ensina, não será mais aquele que simplesmente se adapta ao mundo, mas o que se insere, deixando a sua marca na história. (SCAGLIA, 1999).


O professor Luiz Henrique Jordão da Silva Reis é bacharel em educação física pela Escola Superior de Cruzeiro (ESC) e estudioso da área de esporte e educação.


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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Meninas, não desistam!


Texto escrito por Rubens de Castro

Sou professor de Educação Física da rede pública municipal em Caraguatatuba e adoro contar histórias sobre as raízes do esporte e uma de minhas favoritas é a lenda grega da Kallipateira. Uma história intrigante que tem como protagonista uma mulher corajosa que se sujeita a correr risco de morte para que seu filho Peisidoros pudesse participar das Olimpíadas e assim consagrar-se campeão. Porém, Kallipateira, segundo a lenda,  desrespeita uma regra sagrada da época: “mulheres eram sumariamente proibidas de adentrar à arena dos jogos sob pena de serem atiradas do penhasco de Tipayon”, um espetáculo suntuoso que a maioria dos gregos adorava, principalmente os homens. Deixarei (caso não conheça) que a curiosidade sobre os relatos desta bela prosa possa lhe provocar a curiosidade para que logo pesquise e aprecie alguns parágrafos e desvende o desenrolar desta tragédia grega, ainda que esportiva. De qualquer forma ilustra-se uma realidade sobre a participação das mulheres na sociedade daquela época que por vezes é repetida sobre panos de fundo preconceituosos, excludentes e elitistas até os dias de hoje.

Façamos um paralelo bem realista e próximo. Quantas mulheres são técnicas de futebol masculino profissional? Quantas mulheres são técnicas de equipes profissionais masculinas de qualquer modalidade? Esta realidade não trata-se de uma exclusividade brasileira, a mulher e a condição feminina parecem não fazer parte do protagonismo esportivo de nosso tempo em praticamente todos os países. Sim houveram avanços significativos e a mulher é cada vez mais integrada e reconhecida em todas as esferas esportivas tanto nos “campos” quanto nos meios administrativos. Mas é suficiente? Mulheres já foram meninas um dia e amanhã  serão mulheres e como será isso no futuro? 

Uma pesquisa recentemente divulgada da ONG Plan Action que promove entre outras ações os direitos da crianças e a igualdade para as meninas, mostra que 49% delas desistem do esporte antes do término da adolescência e o maior motivo é a crença de que a prática esportiva leva a masculinização. Entre outros motivos que não estão contabilizados nesta pesquisa estão a questão religiosa, a falta de apoio, estrutura familiar e também as oportunidades que são desproporcionais, principalmente, nas periferias e comunidades mais pobres em todos os cantos do Brasil. Há muito mais opções aos meninos.

Muitas destas meninas, ao chegarem lá pelos seus 13 ou 14 anos, idade ideal para se iniciar ou se aperfeiçoar em alguma modalidade, se deparam com uma realidade familiar onde os afazeres domésticos lhes são praticamente exigidos. Tomar conta dos irmãos menores, cuidar da casa, das roupas, quando não são “abduzidas” por promessas de sucesso em outras áreas principalmente aquelas massificadas pelas mídias que buscam a sensualização como forma de, covardemente, influenciar nossas pequenas mulheres do futuro a se portarem como objeto da masculinidade.

Na mesma pesquisa da Plan Action também são divulgados dados que apontam que mais de 70% da meninas em idade escolar querem aprender e praticar algum tipo de esporte, portanto, a taxa de desistência em relação aos meninos pode ser de até cinco vezes maior. Somando-se ainda aos apelos “digitais de nossa era” que com seus smart-phones, tablets e infinitos conteúdos da web que colaboram para que o estímulo da prática esportiva seja ofuscado e substituído pelo conforto estático que estas mídias proporcionam.

Não propositalmente, em 2017 iniciei dois Projetos de Basquetebol em minha Escola onde meninos e meninas entre 12 e 14 anos, separadamente participavam das aulas de iniciação. A turma feminina iniciou com cerca de 40 alunas e a masculina com 30 alunos. Ao final de três anos éramos quase 50 no masculino e apenas 6 meninas continuaram a praticar e enxergar um futuro na prática, fosse pela promessa de uma carreira ou de se conquistar uma faculdade, de interagir com os amigos ou mesmo pela vida saudável que a prática pode oferecer. As outras, saíram pelos motivos apontados na referida pesquisa. Coincidência?

Estas questões devem servir para que possamos refletir e discutir nossas práticas e políticas, consequentemente, preservar um patrimônio a médio e longo prazo, em especial, as nossas atletas que antes de tudo são mulheres e que um dia foram meninas.


O professor Rubens de Castro atua na Educação Física Escolar na rede municipal de Caraguatatuba SP, Técnico de Basquetebol e Gestor Educacional e Esportivo. Autor dos livros “Para que serve a Escola” (2003) e “Rios Brilhantes” (2020).


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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O sonho de ser atleta


Texto escrito por Lennon Bustamante Moreira

Hoje me encontro num trabalho social numa cidade do Vale do Paraíba Paulista, onde treinamos adolescentes que sonham em ser atleta de futebol. Tentamos passar a eles o cotidiano de uma semana de trabalho e como se constrói um time, uma equipe e como potencializar um atleta. 

Não é fácil lutar contra tudo que a rua oferece e pedir que eles se afastem e foquem em seu sonho, pois logo na primeira dica que passo é que um atleta profissional vive da sua musculatura, ou melhor do seu corpo, e onde o corpo está bem a tendência é que consiga praticar seu respectivo esporte em excelência. Com isso o descanso diário, a ingestão certa de alimentos, a pratica de exercícios fazem e potencializam o sonho. 

Mas como pedir ou exigir a alimentação correta para quem tem uma ou no máximo duas refeições por dia, ou um bom descanso para quem divide cama, dorme no chão ou sofá.

A luta diária pelo sonho passa por cima, e a dedicação tem que ser maior, até porque em outro nível de exigência vemos a parte física inferior, alguns gestos mecânicos não condizentes com o esporte praticado. Essa geração revolucionada pelas facilidades que o celular proporciona, tem essa maturação e automaticamente a evolução no desporto atrasada, pois deixam de praticar atividades lúdicas, interagindo com outros e aprendendo uma coordenação, uma corrida, uma habilidade que poderá servir e a complementar o atleta que virá a ser.

Esse atraso pode ser um empecilho na busca pelo objetivo, mesmo inconsciente, outro fator que prejudica o crescimento, é de não disputar campeonatos em alto nível, pois várias prefeituras não investem no esporte, e essas crianças ano disputam campeonatos, não sabem o que é ganhar ou perder, se unir por um objetivo, treinar para os campeonatos, ter a vivência das regras, e com isso crescer como atleta. “É possível perceber se o desenvolvimento das relações socioafetivas e comunicabilidade, a sociabilidade, ajustando socialmente esse homem ao meio que vive” (BURITI, 2001, p.49)

Parece um discurso do mais do mesmo, entretanto ao vivenciar como vivencio há anos o lado profissional por todos os clubes que passei, e nesse exato momento estar fazendo esse trabalho social vejo na construção de cada atleta, que falta um dos tijolos citados acima, mas que sempre são suplementados de alguma forma pela superação de se tornar um profissional. 

Mas a pergunta que sempre faço, baseado em Santin (1993, p. 20), é: “Como podemos dar todas as ferramentas para realizar esse sonho?” Pois, “Nos tempos de crises culturais a imagem do homem é a primeira a ficar abalada. O homem sente se perdido e em perigo”.

Orçamentos cada vez menores para o esporte e trabalho quase sempre em nível social, não parece ser a forma correta para nossas crianças, que apesar de tudo ainda continuam lutando e sonhando.


O professor Lennon Bustamante Moreira é graduado em Educação Física e Especialista em Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais.


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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Carta resposta ao Professor


Texto escrito por Leopoldo Ortega da Silva  

Prezado amigo professor, aqui quem lhe escreve é o esporte. Fiquei muito contente em receber uma carta sua. Realmente nos divertimos muito na sua infância e adolescência também. Quando você nem imaginava em se tornar professor, não é?

É bem verdade na maioria das relações, a minha falta de sociabilidade. Não é com todos e todas que consigo me relacionar bem! A minha constituição, faz com que eu não tenha afinidade com a maior parte das pessoas. Tenho a percepção que na escola como você mesmo disse em sua carta, é necessário por parte de vocês professores e professoras, uma ressignificação das concepções pedagógicas que por sua vez me aproximariam dos escolares.

As propostas deveriam estar pautadas na ampliação e aprofundamento de saberes sobre a cultura corporal, na qual tenho meu pertencimento. Com este viés você professor, poderia oportunizar práticas que possam contribuir para formação do cidadão e cidadã. Vivências, reflexões e análises críticas daquilo que me constituem como cultura e que permeiam a nossa existência, deveriam fazer parte das aulas de educação física na educação básica. 

Reconheço a necessidade de repensar o conceito de que esporte é saúde. Nem sempre isso é verdade! E mais, nas aulas de educação física tenho tido pouco tempo para ganhos relacionados a aptidão física para a saúde, para ser mais claro, me refiro a ganhos promovidos pelas aulas regulares de educação física sobre os níveis metabólicos, antropométricos e motores dos estudantes.

Por fim, agradeço o tratamento dos docentes que estão oportunizando minha aproximação dos estudantes, com características que até então eu jamais tivesse imaginado existir, pessoas com deficiência, obesas, de outros gêneros, com diferentes níveis socioeconômicos, de outras etnias...

Tenho percebido que a abordagem de alguns docentes tem justificado a existência das aulas de educação física escolar e o tratamento que estes tem me dado, me faz sentir acariciado. Hoje em alguns momentos apareço na escola com outra roupagem, indo muito além de quatro modalidades esportivas com caráter coletivo e sua prática pela prática, que priorizou a performance e a elitização das práticas esportivas.

Saudações esportivas!


O professor Leopoldo Ortega da Silva é doutor em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e docente no curso de educação física da Faculdade de Mauá (FAMA).


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domingo, 13 de dezembro de 2020

A iniciação esportiva em tempos de pandemia


Texto escrito por Michel Barbosa de Araújo

O ano de 2020 ficará marcado como o ano em que o mundo e o esporte mundial parou. Quando foi decretada a pandemia em março de 2020, num primeiro momento algumas modalidades esportivas continuaram com suas práticas dentre ele o futebol, porém, à medida que os casos de corona vírus se multiplicavam por todo mundo as práticas esportivas foram sendo interrompidas, até as olimpíadas foram adiadas para 2021. 

Bem, passado esse primeiro momento de pânico e assombro da população, aos poucos a prática esportiva está voltando, o futebol foi primeiro a retornar e as demais práticas estão voltando dentro de padrões sanitários nunca visto na história moderna. Assim a pergunta que faço é: a iniciação esportiva deve ficar parada?

Para muitos essa resposta será sim, uma vez que, essa prática pode trazer riscos, em razão de não se conseguir manter o distanciamento social e as normas de higienização nos locais de treino. Para outros essa resposta será não e é aqui que aprofundo minha opinião. A iniciação esportiva tem que retornar? Não podemos deixar inúmeros talentos sendo desperdiçados em um momento em que o ato de se praticar o exercício se faz tão necessário. Pais, treinadores e sociedade têm que entender que se respeitar as normas de distanciamento social, fazer o uso da mascará e manter a higienização a iniciação pode ser feita sem risco algum. 

Muitos alegam que a máscara atrapalha na hora de se praticar o exercício físico, porém o Laboratório de Performance Humana (LPH) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro investigou essa dúvida com 12 voluntários. Onde eles pedalaram fazendo o uso da máscara por um total de 12 minutos sendo metade com carga leve e a outra metade carga moderada. Os pesquisadores concluíram que o único problema encontrado foi o desconforto que a máscara pode causar, porém as respostas fisiológicas não apresentaram resultados fora dos padrões previstos. Assim, como um dos mitos da pandemia cai por terra, a prática da iniciação esportiva deve continuar, porque muito dessas crianças e adolescentes estão frequentando outros ambientes, estão indo a shopping centers, estão indo ao supermercado, estão indo a parques e indo para casa de amigos.

Então, por que não ir a um centro de treinamento ou a uma escola para dar continuidade a iniciação esportiva?

Assim, deixo a reflexão. Se mantida as medidas de distanciamento social, mantida a redução das turma bem com os parâmetros e protocolos sanitários para a pandemia, a iniciação esportiva para crianças e adolescente é de suma importância, não só por dar a oportunidade de trazer uma ocupação neste período, mas para continuarmos no processo de formação de atletas, renovação dos talentos e manter viva chama olímpica em nosso pais.


O professor Michel Barbosa de Araújo é Pós-Doutor em Bioquímica, Doutor e Mestre em Ciências da Motricidade, Especialista em Nutrição e Atividade Física na Saúde e Tratamento de Doenças, Graduado em Educação Física e Pedagogia.


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sábado, 12 de dezembro de 2020

Carta ao Esporte


Texto escrito por Leopoldo Ortega da Silva 

Prezado amigo esporte, tenho pensado muito em você nos últimos 20 anos da minha vida. Me lembro das nossas aventuras quando eu era apenas um menino. Foi muito bom vivermos tão intensamente!

Hoje sinto pelo fato daqueles tantos outros que não se relacionaram tão bem quanto eu me relacionei com você. Consigo lembrar de quando estávamos juntos em campeonatos, e infelizmente erámos eu, você e mais uma meia dúzia de garotos mais.

Meninas e meninos menos habilidosos não tinham a oportunidade de vivenciar tal experiência conosco, e em especial contigo! Então como dizer que tu és, para todos e todas? Como dizer que tu és promoção de saúde? Se para a maioria era apenas desejo! Que vinha de uma arquibancada repleta de estudantes torcedores.

Pois é, me parece que sua presença na escola, pelo menos com a roupagem esportivista não conseguiu ser democrática o bastante, pelo contrário, estimulou a exclusão e sem dúvida alguma a competição entre pares. 

Não venha me dizer que ensinou a perder, pois a maior parte da população brasileira já nasce perdendo. Perdendo educação, perdendo saúde, perdendo a liberdade,  perdendo a vida... e não precisam ficar as margens das experiências para aprender a perder. Portanto posso dizer que não aprendemos muito contigo. Peço desculpas pela sinceridade!

Tu és cultura e fruto das ideologias humanas, assim lhe convido a vir para os espaços escolares com a roupagem adequada. Aquela que promova a formação das pessoas por um viés crítico, democrático, inclusivo, sem solicitar que nos escravizemos por você.

Por fim, deixo os meus agradecimentos pelas vezes em que foi capaz de chegar por meio de colegas (docentes) no seio escolar considerando a formação do indivíduo! A estes docentes deixo o meu respeito e gratidão. 

Um grande abraço.


O professor Leopoldo Ortega da Silva é doutor em ciências da saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e docente no curso de educação física da Faculdade de Mauá (FAMA).


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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Por um ensino do esporte com experiências mais marcantes

 

Texto escrito por Téo Pimenta

Para psicólogos cognitivistas especializados em desenvolvimento das habilidades motoras são necessários cerca de 10 mil horas de prática contínua para se chegar a um alto nível de habilidade motora, para atingir níveis de excelência. Neste sentido, não é só necessário vivenciar o esporte mas há uma necessidade de ir além, requer se aprofundar e ter experiências significativas no esporte. E com o avanço das ciências do esporte sugere-se que os alunos devam tem mais estímulos qualitativos e menos quantitativos, especialmente com relação ao volume e intensidade.

Assim, temos que promover boas e significativas experiências, necessariamente, que sejam marcantes no esporte. Temos conhecimento que as vivências tornam o aluno capaz de saber fazer, mas, temos que ter um certo cuidado quanto a elas, porque, vivenciar não significa aprender e muitas das vezes as vivências são rasas, temos que proporcionar experiências no esporte, algo mais profundo, reiteramos, marcante para os alunos.

Outro ponto importante para a nossa reflexão é o desafio constante em romper na prática, com a ideologia tecnicista que rondam as abordagens e paradigmas do ensino tradicional. Este desafio tornou-se o principal de muitos professores. Quem procura por uma mudança de paradigma possui o desafio constantemente por procurar novas formas ou diferentes maneiras de se ensinar o esporte. Trata-se de um desafio quase que diários refletir por um ensino do esporte eficiente e eficaz a partir de parâmetros empíricos e científicos. Tal atitude exige muito esforço que no final, ressaltamos, será muito gratificante e recompensador.

As novas tendências, em especial a Pedagogia do Esporte, propõem romper com as abordagens tidas como tradicionais de ensino, voltadas ao desenvolvimento do tecnicismo, que centra-se no professor, no movimento estereotipado e no adestramento dos indivíduos. Assim, por meio de um ensino a partir de abordagens interacionistas visam estimular práticas mais humanas, socioculturais e cognitivas.

O professor Alcides Scaglia desenvolveu uma analogia interessante que ao mesmo tempo critica o ensino tecnicista, ao identificar semelhanças com a alfabetização escolar, lembrem-se como se dava a alfabetização a partir da cartilha, aquela famosa que nos fazia juntar as palavras, formar as frases e irmos avançando até a interpretação do texto. Quanto tempo isso levava, demorávamos para obtermos a visão do todo. Esta mesma lógica de ensino foi transmitida para o ensino do esporte, assim, a partir de uma perspectiva tecnicista o método analítico foi propagado mundo a fora, na prática seria aplicar o conteúdo fragmentado. Seguindo nas ideia de Scaglia no ensino do esporte a técnica (fundamento) seria a letra e o jogo (tática) seria a interpretação do texto, logo, se torna difícil de interpretar um texto (jogo) com apenas uma letra, ou o conjunto de letras ensinadas isoladamente. Logo, isto se agravaria ainda mais com os professores lendo e interpretando para os seus alunos. De uma forma simplista, o aluno no esporte teria que ser estimulado a adquirir a compreensão que a técnica seria o como fazer e a tática o que fazer.

De que forma, o professor deve organizar e sistematizar o ensino do esporte? Se baseando e buscando problematizar aos alunos o como e o que fazer nas situações proporcionadas pelo esporte. É papel do professor estar atento e acompanhar as ações nesse sentido, repetimos, apenas a vivência não se constrói conhecimento, boas vivências são importantes, mas não garantem a imersão que gera engajamento que se converte em conhecimento. 

Nos métodos de ensino no esporte baseados na Pedagogia do Esporte o professor deve  estruturar e propor boas e significativas experiências, assim, também, estimular a inclusão de todos, inserir aspectos lúdicos, criar espaços acolhedores, saudáveis que potencialize a participação, autonomia e a liberdade de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizado-treinamento. E particularmente se pensarmos nos aspectos que envolvem o ensino do esporte o professor deve-se estimular a inteligência corporal, as habilidades cognitivas, orientação espacial, velocidade de reação e tomadas de decisão, ou seja, por meio de metodologias de ensino do esporte mais integradas.

O professor enquanto o responsável pelo processo de ensino-aprendizado-treinamento deve-se valer da sua capacidade de variar, criar, recriar, desta maneira, ressignificar o ensino do esporte apresentando cada vez mais experiências significativas que sejam marcantes para todos os alunos. 


O professor Téo Pimenta é mestre, professor no curso de educação física da Faculdade Anhanguera de Taubaté e diretor do IEVALE. 


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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

O prof. Teófilo Pimenta participou e representou o IEVALE na ESC

 


Na noite de quarta-feira (09/12) o prof. Teófilo Pimenta participou da VII Jornada para a Qualidade de Vida (2020) da tradicional Escola Superior de Cruzeiro (ESC), ministrou a palestra sobre Ensino do Esporte e representou o Instituto Esporte Vale, que marcou presença neste que se constitui como um dos principais eventos acadêmicos da Educação Física da região do Vale do Paraíba. 



Em especial, esta edição do evento acorre entre os dias 07 e 12 de dezembro de 2020 e devido a pandemia acontece de forma digital e remota. O evento foi organizado pelos alunos da Instituição, aberto a comunidade acadêmica e local, gratuito, contou com a participação dos alunos, em especial do curso de Educação Física e profissionais da Educação Física da cidade de Cruzeiro e região.



Segundo o prof. Teófilo mencionou: "eventos como esse são de extrema importância para a formação acadêmica e profissional dos participantes, falar sobre ensino do esporte, seja presencial ou virtualmente é algo sempre muito prazeroso e que tenho uma grande satisfação. Espero ter contribuído com o evento". 

Além da referida palestra sobre Ensino do Esporte nesta mesma edição do evento, o prof. Teófilo também abordou o Sedentarismo na terça-feira pela manhã, outro tema do qual o professor estuda e se dedica a alguns anos.


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Estlios de ensino voltados para a reprodução


Texto escrito por José Martins Freire Júnior

Para que o profissional de Educação Física possa diversificar a sua prática docente no ensino do esporte, se faz necessário conhecer e entender, os diferentes métodos, estratégias e princípios voltados para o ensino do esporte, com isso esse texto irá discorrer sobre os Estilos de Ensino voltados para a reprodução.

De acordo com Heine, Carbinatto e Nunomura (2009), o estilo de ensino Comando (A) é apontado como uma ferramenta importante para o ensina habilidades motoras possui algumas vantagens como: objetivos claros, a aquisição das habilidades é realizada de maneira específica, eficiência na organização do grupo e no tempo de execução das atividades. Neste estilo os alunos sentem-se seguros por saber o que, e como irão desempenhar as atividades, sendo assim o professor determina tudo, ou seja, o volume, o ritmo, a intensidade e com isso não abre espaço para a criatividade individual e autonomia dos alunos.

No estilo Tarefa (B) é esperado que os alunos executem a tarefa conforme um modelo, mas existe a possibilidade de que estes alunos tomem decisões relacionadas ao domínio físico, ordem das tarefas, tempo de início, velocidade e ritmo de execução, dentre outros (GOZZI; RUETE, 2006). Sendo assim, este estilo está ligado à situação pedagógica, na qual o professor apresenta uma tarefa à turma, mas que pode ser realizada de acordo com o padrão de desempenho de cada aluno, ou seja, o aluno conhece seus limites, pode escolher o número de vezes, a duração e intensidade que conseguir superar, ou seja, respeita-se a individualidade do aluno (HEINE; CARBINATTO; NUNOMURA, 2009).

Krug (2009) afirma que a interação social entre os pares e os possíveis feedbacks proporcionados pelo par sob supervisão do docente, estão relacionados ao estilo Recíproco (C). Neste estilo, é importante ressaltar que o retorno dado pelo par está embasado em uma ficha construída pelo professor, que os auxiliará na execução e na observação das tarefas.

De acordo com Gozzi e Ruete (2006) no estilo Auto checagem (D) a retroalimentação deixa de ser dada pelo professor ou por outro aluno e passa a ser responsabilidade do próprio aluno, buscando assim este tenha mais poder de decisão.

No que se refere ao estilo Inclusão (E), pode-se dizer que são planejados vários níveis de dificuldade com a intenção de incluir todos os alunos, ou seja, ao explicar a atividade o professor comentará sobre as opções possíveis, isso permite ao aluno fazer uma reflexão e escolher o desafio adequado à suas características. Dessa maneira, o aluno aprende a avaliar as opções e quando está pronto para partir para um outro nível (KRUG, 2009).

Como pode-se perceber, existem diferentes estilos de ensino que podem colaborar para diversificar a prática docente do  profissional de Educação Física e ainda pode favorecer a formação do praticante em diferentes perspectivas.


O professor José Martins Freire Júnior é mestre em educação física e docente nos cursos de educação física da Escola Superior de Cruzeiro (ESC) e da UNISAL/Lorena.


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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

As três dimensões do esporte


Texto escrito Gabriel Silva

No processo de ensino aprendizagem é fundamental entender esses três pilares a cerca do esporte para que o profissional se contextualize com sua realidade e objetivos.

A primeira, é o “esporte educação”, que segundo Maya (2010), o principal objetivo é promover a democratização dos movimentos. Ou seja, dar oportunidade a todos independente de suas capacidades. Sem exclusão e discriminação alguma. Todas as ações dos participantes de maneira igualitária em relação ao grupo. Esta prática pedagógica também referenciada no processo atitudinal, visa a formação social e educacional de cada indivíduo ali inserido.

O segundo pilar é o “esporte participação” que segundo Tubino (2009), é caracterizado com a proposta lúdica na aplicação das atividades de modo oferecer aos participantes bem estar, bom convívio coletivo e diversão durante a prática do esporte. Esta estratégia de atuação do profissional carrega por si ótimas oportunidades de agregar valores e conceitos nas atividades para que os educandos aprenda de modo divertido os conhecimentos desenvolvidos. Se tratando de iniciação esportiva, este segundo pilar apresentado é praticamente imprescindível nas aulas, desde que busque contribuir com os objetivos e propostas do esporte.

A última dimensão é o “esporte performance” também conhecido como alto rendimento. Darilio (2008) faz referência a este pilar expondo que o medo apresenta uma tendência a ser praticado pelos talentos esportivos. Tendência que marca seu caráter anti-democrático. Em outras palavras apenas os melhores tem a oportunidades. Apenas os melhores podem atuar no esporte. Apenas os melhores podem usufruir deste direito social.

É comum aliás, a distorção destes três pilares pelo profissional de Educação Física. É necessário frequentemente a reflexão para que ocorra a sistematização e organização de maneira justa e coerente com a realidade de ensino. Esta organização se ganha força quando os educandos se conecta com o profissional a partir de diálogos e rodas de conversas para que os objetivos sejam sempre debatidos de forma democrática entre todos.

Com isso, deixamos aqui o espaço para que você também nos ajude expondo sua opinião na construção de ideias para o ensinamento do esporte.


Gabriel Silva é licenciado em educação física pelo Centro Universitário Módulo e idealizador do Projeto Joga Mais que a partir da prática do futsal procura contribuir na formação de crianças e adolescentes de Ubatuba/SP. prof.gabrielsilva@outlook.com

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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

“Jogo é treino e treino é jogo”


Texto escrito por Ranieri Gabriel 

Quando se monta uma equipe, independente se tem as características amadora ou profissional, o importante é definir os valores que devem reger a equipe. Segundo o famoso treinador de basquetebol norte-americano MIKE KRZYZEWSRI, os membros de uma equipe devem ser encarados como os cinco dedos de uma mão. Temos mão com dedos pequenos que se junta com facilidade e se transforma em um poderoso punho fechado, as equipes de sucessos tem habitualmente cinco características fundamentais: Comunicação; Confiança; Responsabilidade coletiva; Orgulho uns dos outros. 

Já que o jogo é IMPREVISIVEL precisamos fazer dos nossos treinamentos uma cópia fiel do jogo. As reações prontas e rápidas de todos os jogadores precisam ser treinadas independentemente da situação que o atleta se encontra.

Precisamos treinar todos os momentos do jogo. 


Treinar é competir em níveis mais elevados, o objetivo do treino é aperfeiçoar e contribuir na evolução continua das capacidades do atleta, simular a realidade do jogo propriamente dito, exercícios de treino competitivo e sempre respeitando a faixa etária de cada indivíduo. 

Segundo Felipe Sá treinador do Corinthians F.C o treinamento precisa ser: livre; criativo e organizado. 

Porque o nosso treino é um laboratório mais perfeito que existe (Marquinhos Xavier, 2019). 

De acordo com Meira Jr., De Rose e Massa (2010) três fatores são fundamentais para compor a essência do jogo: Cooperação e oposição; imprevisibilidade e criação e diminuição dos espaços. 


O professor Ranieri Gabriel é bacharel em educação física pela ESC/Cruzeiro e técnico de futsal do Clube Comercial de Lorena. 


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